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Acidente
17/12/2025 13:00:00

Paciente em crise de depressão sangra por mais de 40 minutos enquanto é negligenciada na Unidade de Saúde de Jaraguá

Atendimento precário e atitude desumana causam revolta após mulher quase perder a vida por falta de assistência adequada

Paciente em crise de depressão sangra por mais de 40 minutos enquanto é negligenciada na Unidade de Saúde de Jaraguá

Durante a noite desta terça feira, dezenas de testemunhas presenciaram uma situação de grave negligência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jaraguá, localizada na Rua Valter Ananias. Uma mulher de 41 anos, que trabalha como faxineira, chegou ao local com o pulso esquerdo cortado por uma faca de serra, resultado de um episódio de depressão. Antes de se ferir, ela colocou seu celular em uma panela com água fervente e, em seguida, cortou seu próprio pulso.

Ao ser atendida, ela recebeu a ficha 193 na triagem. Foi constatado que seu nível de colesterol atingia 500, e seu estado emocional apresentava sinais de desespero e descontrole. Os atendentes entenderam que seu quadro não era prioridade, deixando-a esperar enquanto ela sangrava intensamente. Um homem que também aguardava atendimento conseguiu uma cadeira na recepção, enquanto o sangue escorria de seu pulso.

Apesar de múltiplos apelos por ajuda, as duas funcionárias do posto de saúde abandonaram suas funções e se dirigiram para uma lanchonete improvisada na calçada, deixando a paciente desamparada. Os acompanhantes e pessoas presentes tentaram chamar a atenção dos atendentes, mas foram ignorados, evidenciando um comportamento de descaso, deboche e falta de profissionalismo, que foi considerado desumano por quem presenciou a cena.

Em meio ao drama, a paciente, que já tinha histórico de internações tanto na própria UPA quanto no Hospital Psiquiátrico Portugal Ramalho, começou a pedir socorro em voz alta, temendo por sua vida. Uma moradora do Jacintinho, que preferiu não se identificar, revelou que aguardava atendimento há mais de seis horas e que, nesse período, uma outra mulher que também não foi atendida recorreu a um procedimento similar. Os médicos, por sua vez, acionaram a Polícia, que deteve a mulher por tentativa de 'agressão' contgra os medicos e funcionárias foi presa e levada a Central de Flagrantes.

Somente após o conselho de presentes, o acompanhante levou a paciente ao Hospital Geral do Estado, onde, após mais de 50 minutos de perda de sangue, ela recebeu assistência adequada. Apesar da recusa inicial dos funcionários, populares registraram com fotos o estado desesperador da mulher, o que gerou indignação geral. Uma funcionária, após realizar uma nova triagem, exigiu que a paciente "falasse baixo" na sala de atendimento, uma atitude que reforça o despreparo dos profissionais envolvidos.

A família da vítima vai notificar o Ministério Público sobre o ocorrido. A reportagem também deixa espaço para que a direção da UPA possa prestar esclarecimentos públicos, caso deseje. A situação evidencia a necessidade de uma reflexão sobre os protocolos de atendimento e o respeito aos pacientes em unidades de saúde públicas em Alagoas

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