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Acidente
16/12/2025 04:00:00

Vítimas do Atentado em Bondi: Destinos e Histórias de Sobreviventes

De uma criança de 10 anos a rabinos e um sobrevivente do Holocausto, relato das vítimas do tiroteio na praia australiana

Vítimas do Atentado em Bondi: Destinos e Histórias de Sobreviventes

Na tarde de domingo (15/12), um ataque a tiros na famosa praia de Bondi, localizada em Sydney, na Austrália, resultou na confirmação oficial de ao menos 15 mortes. A ação ocorreu durante uma celebração do primeiro dia do festival judaico Hanukkah, que muitos assistiam com entusiasmo.

Entre os mortos, estão dois rabinos, uma sobrevivente do Holocausto e uma menina de apenas 10 anos. As autoridades divulgaram as informações até o momento, identificando as vítimas e destacando a tragédia que abalou a comunidade local. Matilda, uma garota de 10 anos, foi descrita por familiares e amigos como uma menina inteligente, vibrante e cheia de energia.

Segundo Irina Goodhew, ex-professora da criança, ela organizou uma campanha de arrecadação de fundos para a mãe de Matilda e a descreveu como alguém que irradiava alegria e luz ao seu redor. A Escola Russa Harmony, de Sydney, confirmou que Matilda frequentava suas aulas, lamentando sua perda e informando que ela faleceu no hospital devido às feridas causadas por disparos.

O rabino Eli Schlanger, conhecido como "o rabino de Bondi", tinha 41 anos e liderava a missão local do movimento judaico Chabad, sediado no Brooklyn, Nova York. Natural do Reino Unido, ele era pai de cinco filhos e foi uma das vítimas do ataque.

Seu primo, Zalman Lewis, manifestou sua dor nas redes sociais, destacando a importância de Eli para a comunidade. Outro membro da comunidade judaica, Dan Elkayam, de 78 anos, morreu ao tentar proteger uma mulher durante o tiroteio. O ministro francês de Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, confirmou que Elkayam era francês e destacou sua atuação como analista de TI na NBC Universal, além de sua paixão pelo futebol.

Elkayam havia se mudado para a Austrália no ano passado, tendo como foco doar seus recursos para projetos beneficentes, especialmente a Chabad de Bondi. Alexander Kleytman foi um sobrevivente do Holocausto, natural da Ucrânia, que imigrou para a Austrália. Sua esposa, Larisa, desabafou que ainda não sabe o paradeiro do corpo dele, após o ataque. Ela relatou que, no momento do disparo, Alexander tentou se aproximar dela para protegê-la, usando seu corpo para impedir que ela fosse atingida.

Segundo a organização Jewish Care, Alexander deixou uma história marcada por sua resistência às atrocidades do Holocausto, incluindo a luta pela sobrevivência na Sibéria. Peter Meagher, ex-policial e fotógrafo amador, trabalhava na comemoração do Hanukkah quando foi morto. Seu clube de rugby, Randwick, descreveu-o como uma figura querida e uma lenda local, com quase 40 anos de serviço na polícia de Nova Gales do Sul, antes de dedicar-se à fotografia.

Sua morte foi uma perda para a comunidade, que o reconhece como alguém que, apesar da aposentadoria, morreu fazendo o que amava. Reuven Morrison, que emigrou com sua família da União Soviética na década de 1970, também foi uma das vítimas. Ele sempre acreditou na segurança da Austrália, tendo vindo com esperança de um futuro livre de antissemitismo. Morrison foi um empresário dedicado, cujo objetivo principal era doar para causas beneficentes judaicas, especialmente a Chabad de Bondi. Sua morte deixou uma marca profunda na comunidade local.

O rabino Yaakov Levitan, que coordenava atividades na organização Chabad em Sydney, também perdeu a vida no incidente. Trabalhou como secretário do tribunal rabínico Beth Din e esteve ligado ao centro de estudos judaicos BINA, contribuindo com sua liderança. Tibor Weitzen, de 78 anos, morreu ao tentar proteger um amigo na sinagoga de Bondi, acompanhado de sua esposa e netos.

Sua neta, Leor Amzalak, afirmou que o avô era uma pessoa maravilhosa, que sempre via o melhor nas pessoas e deixou uma grande perda na comunidade judaica local. Weitzen imigrou de Israel para a Austrália em 1988. Marika Pogany, de 82 anos, também está entre as vítimas. Ela era uma colaboradora voluntária e jogadora de bridge no Clube Harbour View, em Sydney. A presidente da Eslovácia, Peter Pellegrini, mencionou que Pogany era uma amiga próxima do ex-presidente do país, Zuzana ?aputová, que a descreveu como uma mulher que viveu intensamente e morreu na sua amada praia de Bondi, considerada seu refúgio.

Este episódio trágico deixou marcas profundas na comunidade, que lamenta as perdas e presta homenagem às vidas que foram interrompidas de forma brutal.