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Saúde
15/12/2025 19:00:00

Empresa de planos de saúde condenada por negar cirurgia emergencial a paciente em risco de morte

Decisão judicial determina pagamento de indenização de R$ 25 mil após negativa de procedimento vital durante gestação ectópica

Empresa de planos de saúde condenada por negar cirurgia emergencial a paciente em risco de morte

Em uma ação que revela a negligência de uma operadora de saúde, a Hapvida foi condenada a pagar uma indenização de R$ 25 mil a uma cliente que teve seu pedido de cirurgia negado em uma situação de extrema urgência.

A paciente, diagnosticada com hemorragia interna devido a uma gravidez ectópica, enfrentou dificuldades no atendimento que resultaram na negativa do procedimento. A sentença foi proferida pelo juiz Gustavo Souza Lima, responsável pela 12ª Vara Cível da capital. De acordo com os documentos do processo, a mulher buscou atendimento na unidade de emergência da Hapvida em 26 de agosto de 2023, apresentando dores intensas na região do ovário esquerdo.

Após uma sequência de atendimentos inadequados e atrasos na realização de exames essenciais, a vítima foi confirmada com hemorragia interna e ruptura da trompa uterina. Apesar do risco de morte, a operadora de saúde recusou-se a cobrir o procedimento cirúrgico necessário. Para realizar a intervenção, o Hapvida exigiu o pagamento de R$ 23 mil ou a transferência da paciente para uma instituição pública de saúde.

Segundo o relato do processo, a mulher foi encaminhada em estado gravíssimo para um hospital público, onde passou por cirurgia. Contudo, ela permaneceu consciente ao longo do procedimento, que resultou na perda definitiva do ovário esquerdo e da tuba uterina, comprometendo sua capacidade de engravidar futuramente.

O magistrado destacou que a postura do Hapvida demonstrou uma preferência por interesses financeiros em detrimento da preservação da vida da paciente. Ele ressaltou que, ao enfrentar uma situação de vulnerabilidade física e emocional, a vítima foi submetida a um tratamento considerado desumano e degradante pela operadora, que priorizou questões econômicas em vez de garantir sua saúde e integridade física.