Alerta no Japão: risco de um grande terremoto após ocorrência sísmica significativa

Um alerta emergencial foi emitido pelo serviço meteorológico do Japão após a detecção de um tremor de força considerável, levantando preocupações sobre a ocorrência de um terremoto de grande escala na região norte do ilha.

Segundo informações da agência meteorológica, existe a chance de um sismo com magnitude igual ou superior a 8, atingir áreas próximas à Fossa do Japão e à Fossa de Chishima, próximas à ilha de Hokkaido, devido ao episódio sísmico da noite de segunda-feira. Morikubo Tsukasa, representante do gabinete responsável por desastres naturais e integrante da equipe de preparação para emergências do governo japonês, afirmou à NHK que, com base em dados históricos de terremotos globais, há uma possibilidade real de que um tremor de alta magnitude venha a ocorrer.

Apesar de não haver certeza definitiva sobre a concretização desse evento, ele reforçou que toda a população deve estar vigilante e adotar medidas preventivas para assegurar sua segurança. Este foi o primeiro aviso dessa natureza desde a introdução do sistema de alertas de nível máximo, em 2022. A escala Richter, que classifica tremores de acordo com sua intensidade de 0 a 10, já registrou magnitudes superiores a 9, sendo o maior o terremoto no Chile em 1960, com 9,5. A preocupação agravou-se após um terremoto de magnitude 7,5 que atingiu o nordeste do Japão na noite de segunda-feira, deixando ao menos 30 feridos e provocando a evacuação de milhares de moradores.

O epicentro foi localizado a aproximadamente 80 km da costa de Aomori, a uma profundidade de 50 km, às 23h15 no horário local (11h15 de Brasília). O evento gerou alertas de tsunami, que foram posteriormente cancelados, embora ondas de até 70 centímetros tenham sido registradas. A tragédia resultou na suspensão de alguns serviços ferroviários e na interrupção do fornecimento de energia elétrica para cerca de 2.700 residências na província de Aomori. Em resposta à situação, o governo criou um centro de operações de emergência no núcleo do gabinete da primeira-ministra Sanae Takaichi, que orientou a população a reforçar seus procedimentos de preparação, incluindo a fixação de móveis e a prontidão para evacuações imediatas.

De acordo com a agência de notícias Reuters, aproximadamente 90 mil residentes receberam ordens de evacuação. Além disso, a Tohoku Electric Power informou que suas usinas de Higashidori e Onagawa não apresentaram irregularidades após o tremor, e as autoridades japonesas afirmaram que, até o momento, não há sinais de anomalias na usina nuclear de Fukushima, que foi severamente afetada por um terremoto de magnitude 9,0 em março de 2011, responsável por um tsunami devastador, causando mais de 18 mil mortes e destruição em várias cidades.

O Japão é reconhecido por sua vulnerabilidade a terremotos devido à sua localização no Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de intensa atividade sísmica onde ocorrem cerca de 1.5 mil tremores anuais. Recentemente, um estudo indicou uma probabilidade de 60% a 90% de que um megaterremoto aconteça na Fossa de Nankai nos próximos 30 anos, potencialmente causando danos bilionários e vitimando centenas de milhares de pessoas.

Essa área, que tem histórico de desastres massivos, é uma das mais ativas do país, contribuindo para a constante ameaça de terremotos de grande magnitude.