Ampliação do Controle do Crime Organizado na Região Amazônica por facções rivais

Um levantamento recente detalha a influência crescente do Comando Vermelho na área do Amazonas, identificando-o como a principal facção atuante na região. Os dados, coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e inicialmente publicados pela imprfensa, revelam que o estado está sob o domínio do CV, que domina a rota do Alto Solimões, responsável pela entrada de drogas oriundas da Colômbia e países vizinhos, ao mesmo tempo em que o PCC direciona suas atividades para o envio de grandes cargas de drogas para a Europa, focando no atacado.

Recentemente, um estudo reforça o papel de Manaus e do sistema carcerário local na disputa aberta entre as organizações criminosas PCC e CV, especialmente após o rompimento de 2016. A análise aponta que, diante da impossibilidade de controlar a rota conhecida como 'caipira', que liga a fronteira com o Paraguai ao Porto de Santos — eixo vital para o tráfico internacional — o CV formou uma aliança com a influente Família do Norte, sediada em Manaus, buscando dominar a rota do rio Solimões e assegurar seu fornecimento próprio.

A antiga facção Família do Norte, considerada extinta por investigadores, deixou um legado que redesenhou o cenário criminoso no Amazonas, consolidando a região como um palco central na disputa entre as duas maiores organizações do país. Além disso, o estudo indica que a expansão do CV na Amazônia está intimamente relacionada a crimes ambientais, como desmatamento, garimpo ilegal e grilagem, operações que utilizam complexos esquemas de lavagem de dinheiro, principalmente por meio do comércio de ouro.

Na prática, o Amazonas, juntamente com todo o território amazônico, transformou-se em um laboratório de um 'modelo híbrido' de criminalidade: enquanto lucra com a devastação, o esquema também serve para lavar recursos provenientes do tráfico de drogas. Por outro lado, o PCC mantém sua hegemonia em estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Roraima, São Paulo e Piauí, controlando portos, aeroportos e a rota 'caipira' até o Porto de Santos.

A recente declaração do senador Flávio Bolsonaro sobre sua possível candidatura à presidência da República não gerou entusiasmo dentro do PSL no Amazonas. O presidente estadual do partido, Alfredo Nascimento, limitou-se a compartilhar uma nota do líder do partido, Valdemar Costa Neto, sem demonstrar apoio contundente. No dia seguinte, Flávio Bolsonaro afirmou que pode não disputar o cargo máximo do executivo, mas garantiu que cobrará um 'preço' por sua decisão, além de elogiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ainda nesta terça-feira, às 10h30, o Ministério Público do Amazonas promoverá mais uma edição do 'Papo Cidadão', uma iniciativa voltada a estimular o uso de plataformas de transparência na fiscalização dos gastos públicos e na avaliação de políticas públicas.

O evento contará com a mediação do promotor Edinaldo Aquino Medeiros e participação da procuradora de Contas Fernanda Cantanhede, do representante da Controladoria Geral da União (CGU), Moisés Seiffert, e do contador do Ministério Público, Jonathan Galdino. A iniciativa busca incentivar a comunidade a utilizar ferramentas de controle social no dia a dia, promovendo maior fiscalização e transparência na gestão pública.