Na manhã deste domingo (7/12), o governo venezuelano admitiu oficialmente a morte de Alfredo Días, um político de 56 anos que havia sido capturado há um ano, sob alegações de envolvimento em ações terroristas e incitação à violência. A informação foi divulgada pelo Ministério do Serviço Penitenciário do país.
Días, ex-governador do estado de Nueva Esparta, foi detido após a crise política que emergiu das eleições controversas de julho de 2024, nas quais Nicolás Maduro foi declarado vencedor de seu terceiro mandato, apesar das denúncias de manipulação e fraude. Sua morte acontece em um momento de forte tensão internacional, com o governo dos Estados Unidos classificando Maduro como um líder "vil" e intensificando pressões militares contra o regime venezuelano.
De acordo com o comunicado oficial, o político de 56 anos estava sendo processado com plena garantia de seus direitos, respeitando as normas jurídicas e os direitos humanos, incluindo sua defesa legal.
Na manhã de sábado (6/12), por volta das 6h33, Días apresentou sintomas compatíveis com um infarto do miocárdio, sendo imediatamente levado ao Hospital Clínico Universitário. Infelizmente, apesar dos esforços médicos para estabilizá-lo, ele faleceu poucos minutos após a entrada na unidade de saúde, informou o texto.
Días é, pelo menos, o sexto membro da oposição a sucumbir na prisão desde novembro de 2024. A reação de Washington não tardou, com o Departamento de Estado dos EUA destacando que sua morte ocorre no contexto de um centro de tortura conhecido como El Helicoide, onde Alfredo foi detido de forma arbitrária. A entidade ainda considerou o fato como mais um exemplo da natureza criminosa do regime de Maduro.
Enquanto isso, uma frota militar americana, incluindo o maior porta-aviões do mundo, realiza operações anti-drogas na região do Caribe. Caracas acusa os Estados Unidos de tentativas de derrubar Maduro por meio de manobras militares e ações de forte pressão política.
Organizações de direitos humanos relataram à AFP neste sábado que Días, que governou Nova Esparta de 2017 a 2021, permanecia preso e isolado por um ano, tendo recebido apenas uma visita de sua filha. Alfredo Romero, diretor do Foro Penal — ONG dedicada à defesa de indivíduos detidos por razões políticas —, afirmou que o político foi mantido sob condições de extremo isolamento durante todo esse período.