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Economia
06/12/2025 10:00:00

Década de Transformações: Jovens que Receberam Benefícios do Bolsa Família Demonstram Saída do Pobreza

Estudo revela que a maioria dos beneficiários de 2014 não depende mais do programa em 2025, impulsionada por avanços na educação e inserção no mercado de trabalho formal

Década de Transformações: Jovens que Receberam Benefícios do Bolsa Família Demonstram Saída do Pobreza

Nos últimos dez anos, aproximadamente 70% dos adolescentes que eram atendidos pelo programa Bolsa Família deixaram de receber o benefício em 2025. Uma pesquisa recente indica que, de um total de beneficiários em 2014, mais de 60% não dependem mais do auxílio social.

Entre os jovens, essa mudança aparece com ainda maior evidência: 68,8% dos adolescentes de 11 a 14 anos e 71,25% dos de 15 a 17 anos conseguiram superar os limites de renda que os classificavam como beneficiários. De acordo com o estudo intitulado "Filhos do Bolsa Família: uma análise da última década do programa", divulgado nesta sexta-feira (5/12) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a saída do ciclo da pobreza está diretamente relacionada ao aumento na frequência escolar e ao acesso a oportunidades de emprego formal.

O ministro Wellington Dias afirmou que a transformação social das últimas gerações está intimamente ligada ao compromisso com a educação, que promove mudanças sustentáveis nas trajetórias familiares ao longo de décadas. Ele destacou: "Mais de 70% dos jovens que eram beneficiários entre 15 e 17 anos em 2014 conseguem se reerguer socialmente ao atingirem os 20 ou 25 anos, principalmente por meio dos estudos".

Durante a apresentação do levantamento, realizado no Rio de Janeiro, o ministro reforçou a importância de políticas sociais contínuas para ampliar as chances de mobilidade social. Outro indicador que demonstra essa evolução está no Cadastro Único (CadÚnico), que reúne famílias cuja renda ultrapassa o limite de elegibilidade do Bolsa Família.

Para os jovens de 15 a 17 anos que participaram do benefício em 2014, 52,67% deixaram o cadastro até 2025. Entre esses, 28,4% já estão empregados com carteira assinada e atuando no mercado formal. Para os mais jovens, de 11 a 14 anos, 46,95% saíram do CadÚnico, e 19,1% já trabalham formalmente. A análise também reforça a importância do investimento em qualificação profissional e no fortalecimento do emprego formal.

Dias destacou que esses dados corroboram levantamentos recentes, que indicam uma tendência favorável: jovens oriundos de famílias pobres, desde que apoiados por políticas sociais consistentes, aumentam significativamente suas chances de ascensão social ao completar o ensino médio e acessar serviços públicos essenciais. Ele complementou: "A busca por uma inclusão socioeconômica que também favoreça o desenvolvimento econômico começa a se refletir nos indicadores sociais".

A expectativa é de que, na próxima década, esse movimento seja consolidado, com mais famílias conquistando autonomia financeira e reduzindo sua dependência de transferências de renda governamentais.