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Alagoas
06/12/2025 11:00:00

Alagoas registra queda de 22% nas mortes por HIV/AIDS e acompanha tendência nacional de redução

Avanços na testagem, tratamentos inovadores e políticas públicas fortalecem o combate à doença no Brasil

Alagoas registra queda de 22% nas mortes por HIV/AIDS e acompanha tendência nacional de redução

Alagoas apresentou uma diminuição expressiva no número de óbitos relacionados à aids entre 2023 e 2024. Durante esse período, as mortes caíram de 202 para 157, representando uma redução de aproximadamente 22,2%. Essa conquista reflete a tendência observada nacionalmente, onde os óbitos por aids também tiveram uma queda de 13%, passando de mais de 10 mil para cerca de 9,1 mil registros, o menor em trinta anos, conforme divulgado pelo novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.

Esses dados evidenciam os avanços em estratégias de prevenção, diagnóstico e, sobretudo, no acesso gratuito a terapias de última geração pelo Sistema Único de Saúde (SUS), capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível. Tal cenário também levou à eliminação, enquanto problema de saúde pública, da transmissão vertical, ou seja, de mãe para o bebê.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, “Hoje é um dia de luta e de marcos históricos: atingimos o menor número de mortes por aids em mais de três décadas. Essa conquista é resultado da oferta contínua, pelo SUS, de tecnologias modernas de prevenção, teste e tratamento. Além disso, os avanços possibilitaram que o Brasil alcançasse as metas de eliminação da transmissão vertical do HIV, tornando o problema uma questão controlada de saúde pública.”

O cenário também mostra uma redução de 1,5% nos casos de aids registrados no país, que passaram de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano. Em 2024, Alagoas reportou 609 diagnósticos da doença. No aspecto materno-infantil, houve uma diminuição de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (totalizando 7,5 mil) e de 4,2% na quantidade de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). Além disso, o início tardio da profilaxia neonatal caiu em 54%, demonstrando melhorias consideráveis na assistência pré-natal e nas maternidades.

O Brasil também manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2%, e a incidência da infecção em crianças permaneceu inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos. O País atingiu uma cobertura superior a 95% na assistência pré-natal, na testagem de HIV e no tratamento de gestantes infectadas. Essas ações interrompem de forma contínua a transmissão do HIV durante a gestação, parto ou amamentação, atendendo às metas internacionais e alinhando-se às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2024, o número de pessoas vivendo com HIV ou aid foi de 68,4 mil, mantendo a estabilidade observada nos anos recentes. Em Alagoas, foram confirmados 1.097 casos de aids. O Brasil adotou a Estratégia de Prevenção Combinada, que integra diferentes métodos para diminuir os riscos de infecção pelo HIV. Inicialmente focada na distribuição de preservativos, a política incorporou também ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que previnem a infecção antes e após a exposição ao vírus.

Para dialogar com o público mais jovem, que vem apresentando redução no uso de preservativos, o Ministério lançou preservativos texturizados e sensíveis, adquirindo 190 milhões de unidades de cada modelo. Além disso, a ampliação no acesso à PrEP tem sido marcante: desde 2023, houve um crescimento de mais de 150% no número de usuários, o que impulsionou a realização de testes, identificou mais casos e contribuiu para a diminuição de novas infecções. Atualmente, cerca de 140 mil pessoas utilizam a medicação diariamente.

No âmbito do diagnóstico, o país também expandiu a oferta de exames através da compra de 6,5 milhões de testes combinados para HIV e sífilis, um aumento de 65% em relação ao ano anterior. Além disso, distribuiu 780 mil autotestes, facilitando a detecção precoce e o início rápido do tratamento. O SUS garante terapia antirretroviral gratuita e acompanhamento contínuo para todos os diagnosticados com HIV.

Mais de 225 mil pacientes utilizam atualmente o comprimido único composto por lamivudina e dolutegravir, uma combinação de alta eficácia, com melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos ao longo do tempo. A administração em uma única dose diária favorece a adesão ao tratamento e melhora a qualidade de vida dos pacientes. Esses avanços contribuem para que o Brasil esteja próximo de atingir as metas globais 95-95-95, que preveem que 95% das pessoas com HIV conheçam sua condição, que 95% delas estejam em tratamento e que 95% dos tratados tenham supressão viral.

O país já cumpriu duas dessas metas. Para fortalecer o envolvimento social e a governança na luta contra o HIV, o Ministério da Saúde lançou editais inéditos totalizando R$ 9 milhões destinados a organizações da sociedade civil, reconhecendo o papel fundamental dessas entidades no controle da doença e na formulação de políticas públicas.

Por fim, o ministério lidera atualmente o maior número de comitês e conselhos consultivos já criados na área, ampliando a participação social e aprimorando a tomada de decisão estratégica. Além disso, coordenou a criação de um comitê interministerial dedicado à eliminação de infecções e doenças socialmente relacionadas, com foco especial na transmissão vertical do HIV e na aids, uma iniciativa pioneira no setor de saúde.