Agênca Brasil
Durante uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, ao longo de seus quatro anos de gestão, o Brasil conquistará a menor inflação já registrada na história do país. Esta declaração foi feita na sexta edição plenária do conselho. "A inflação, preocupação legítima de todos os cidadãos, ao final deste mandato, será a mais baixa de toda a história do Brasil, superando períodos como o Império, a República Velha, o Estado Novo e o Plano Real.
Será a menor de todas as épocas", destacou Haddad. Atualmente, o índice de preços ao consumidor amplo 15 (IPCA-15), que mede a inflação, apresenta uma taxa de 4,5% referente aos últimos 12 meses encerrados em novembro. Segundo o ministro, o governo tem conseguido equilibrar duas metas essenciais: manter a inflação sob controle e reduzir o desemprego. No último trimestre, o desemprego atingiu 5,4%, o menor valor registrado desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012.
"A combinação de uma inflação em declínio com uma taxa de desemprego em queda reflete uma sociedade com menos desconforto. Essa é uma conquista que estamos celebrando", acrescentou Haddad. No que diz respeito à alimentação, Haddad explicou que tanto o Plano Safra quanto o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contribuíram para a diminuição dos índices inflacionários relacionados aos alimentos. "Não só a inflação geral dos produtos apresenta uma redução, como também a dos alimentos, que afeta especialmente os trabalhadores de baixa renda. Essa será a menor inflação na história do setor", afirmou, ressaltando que esses resultados ocorrem em meio às políticas de valorização do salário mínimo.
O ministro lamentou a pouca atenção dada aos avanços econômicos recentes, citando, por exemplo, o recorde de investimentos em infraestrutura, que em 2024 atingiram R$ 261 bilhões — considerado o melhor momento de toda a história nesse setor. "Esse fato raramente é discutido ou divulgado. Quando informamos investidores estrangeiros, eles se surpreendem.
Muitos afirmam que ninguém costuma mostrar esses dados. Atualmente, o mercado de ações está novamente atingindo recordes. A confiança de trabalhadores e empresários também está em patamares históricos", comentou. Haddad destacou ainda que o dólar está na sua menor cotação em meses, chegando a R$ 5,30, frente às previsões de que pudesse alcançar R$ 8. "Fico às vezes perplexo com previsões que reiteradamente não se confirmam." "Previsões econômicas são complexas e difíceis de acertar. No entanto, é estranho que a mesma pessoa seja consultada após errar várias projeções, enquanto aqueles que acertam continuam sem reconhecimento.
Por quê?", questionou. No campo fiscal, Haddad reforçou que o governo tem sido transparente ao gerenciar as contas públicas. Ele comentou que o déficit fiscal do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva será 70% menor do que no período anterior, e 60% inferior ao do governo que o antecedeu. "Estamos cumprindo os padrões internacionais de transparência financeira e recuperando a confiança no setor. Por isso, hoje somos o segundo destino de investimentos estrangeiros no mundo", afirmou.
Na plenária, Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, também reforçou que a economia nacional apresenta sinais de crescimento sustentável, promovendo melhorias concretas na qualidade de vida da população. "Este conselho participa ativamente desse processo, propondo ideias e estratégias, como a implementação de compras públicas sustentáveis, que serão base para um decreto presidencial", explicou a ministra. Ela destacou que um dos planos é incentivar a economia e fortalecer a indústria local, além de ampliar iniciativas de inclusão social. Entre as propostas do conselho, está a implementação do registro eletrônico de duplicatas, uma medida que visa eliminar ineficiências e diminuir os riscos de fraudes, além de reduzir os custos de crédito no país.
Gleisi também comentou sobre a redução do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma medida que, segundo ela, desafia a tradição de privilégios e injustiças no sistema tributário brasileiro. "Esse é um primeiro passo para avançarmos na justiça fiscal, incluindo a possibilidade de acabar com a jornada de trabalho 6 por 1, o que melhoraria a qualidade de vida da maioria dos trabalhadores", acrescentou. Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ressaltou as políticas voltadas a diferentes setores da economia, especialmente o setor automobilístico.
"Diversas montadoras estão retomando ou expandindo suas atividades produtivas", afirmou.