Nos últimos tempos, uma técnica inovadora de skincare tem chamado atenção nas redes sociais: a utilização do sangue menstrual em tratamentos faciais e corporais. Conhecida como period face mask, essa prática envolve aplicar o sangue coletado durante a menstruação na pele com a alegação de promover rejuvenescimento, combate à acne e aumento do brilho. Influenciadores e marcas de beleza têm promovido essa tendência, que também é referida como moon masking, e que encontra forte apelo entre mulheres que desejam se reconectar com uma suposta 'essência feminina'.
Essa abordagem é defendida tanto por questões estéticas quanto simbólicas: ela representa um ato de autoaceitação, empoderamento e uma maneira de reconhecer a menstruação como algo natural, livre de conotações de impureza ou sujeira. Segundo a revista americana Dazed, até 2022, a hashtag 'periodfacemask' já ultrapassava 6,4 bilhões de visualizações no TikTok.
Em relação aos benefícios, pesquisas indicam que o sangue menstrual contém células-tronco capazes de ajudar na regeneração do tecido epitelial e na reparação de lesões cutâneas. Além disso, ele é rico em minerais como zinco, magnésio e cobre, nutrientes presentes em diversos produtos de skincare.
No entanto, especialistas alertam para possíveis perigos dessa prática. Vídeos de dermatologistas na internet destacam que o sangue coletado em ambientes domésticos, sem métodos de esterilização, pode transmitir microrganismos, tecidos endometriais, secreções vaginais e estar contaminado por bactérias ou fungos, o que aumenta o risco de infecções cutâneas.
Existem procedimentos similares que utilizam o sangue para fins estéticos, como o PRP facial, popularmente conhecido como 'vampire facial'. Essa técnica, que ganhou destaque após aparecer em um episódio do reality Kim and Kourtney Take Miami, protagonizado por Kim e Kourtney Kardashian, consiste na aplicação de plasma sanguíneo rico em fatores de crescimento para estimular a produção de colágeno, melhorar a firmeza da pele e reduzir sinais de envelhecimento.
Na televisão, Kim Kardashian passou por esse procedimento, que ajuda na regeneração da pele, promovendo maior elasticidade, suavização de rugas, diminuição de manchas e melhora geral do aspecto facial. Apesar do apelo estético, a prática do uso do sangue menstrual ainda levanta debates em relação à segurança e às evidências científicas que a sustentam.