De acordo com um novo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a tendência mundial mostra uma diminuição progressiva na inflação, que deve alcançar uma média de 4,2% em 2025, em comparação aos 5% registrados no ano passado.
O levantamento intitulado 'Perspectiva Econômica' projeta que, nos próximos anos, a inflação no bloco de países membros da OCDE continuará sua trajetória de queda, chegando a 3,5% em 2026 e reduzindo ainda mais para 2,6% em 2027.
Sobre o cenário específico do Brasil, a entidade estima que a inflação deverá atingir cerca de 5,1% neste ano, mantendo uma tendência de desaceleração, conforme apontam os dados do relatório. Apesar das políticas monetárias ainda serem mantidas firmes devido às persistentes pressões inflacionárias, a expectativa é de que esses índices comecem a diminuir a partir de 2026.
O documento ressalta que, após atingir um pico de 5,5% em abril passado, a inflação brasileira recuou para 4,7% em outubro, impulsionada principalmente pela redução nas tarifas de energia residencial.
Além disso, o relatório destaca que o impacto das tarifas elevadas dos Estados Unidos, superiores a 30%, sobre as importações brasileiras, tem sido relativamente limitado até o momento. O sucesso na safra agrícola e a diversificação dos mercados de exportação ajudaram a conter efeitos inflacionários.
Projeções indicam que a inflação deve cair para 4,2% em 2026 e para 3,8% em 2027. O estudo também observa que a expectativa de estabilidade nas políticas de juros, dada a alta persistente, deve contribuir para essa trajetória de redução gradual.
Na análise da América Latina, a OCDE aponta a Argentina como o país com os índices inflacionários mais elevados neste ano, com 41,7%, seguido pela Turquia (34,5%). Para 2026, a inflação argentina deve diminuir para 17,6%, atingindo 10% no ano seguinte.
A entidade recomenda a continuidade de uma política monetária rigorosa na Argentina para garantir uma redução sustentada na inflação. Além disso, prevê que a moeda local continuará a apresentar volatilidade devido à instabilidade política residual, embora o efeito da depreciação sobre os preços pareça ter se enfraquecido.
Outro país latino-americano, a Costa Rica, apresenta um cenário de deflação neste ano, estimada em -0,1%. Para 2026, a inflação deve subir para 0,8%, atingindo 2,1% em 2027. A previsão aponta que o país deverá realizar uma nova redução de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros no primeiro semestre de 2026, mantendo-as estáveis enquanto a inflação desacelera lentamente em direção à meta de 3%.
O México, por sua vez, deve registrar uma inflação de 3,8% em 2025, que reduzirá para 3,3% em 2026 e 2,9% em 2027, segundo as previsões da OCDE.
Para alcançar a meta de 3%, o banco central mexicano deve sustentar um ciclo de flexibilização cautelosa, baseado em dados econômicos. A entidade também alerta que os riscos permanecem elevados, incluindo a política fiscal expansionista e possíveis aumentos no salário mínimo real, que podem elevar a inflação.
Na Colômbia, a previsão indica que a inflação encerrará 2025 em 5,1%, permanecendo acima da meta de 3% até 2027. Os ajustes nas taxas de juros estão previstos a partir de meados de 2026, com uma redução de um quarto de ponto percentual, enquanto o crescimento inflacionário desacelera lentamente em direção à meta.
O estudo também prevê que a inflação no Chile ficará em 4,4% ao final deste ano, devendo se aproximar de 3% até o fim de 2026 e estabilizar após esse período, após uma trajetória de diminuição contínua.