Nesta quarta-feira, a iniciativa denominada Sorte de Areia, promovida pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e coordenada pelo delegado Igor Diego, levou à detenção de duas pessoas, à apreensão de cinco automóveis e ao bloqueio de patrimônios que podem alcançar R$ 3 milhões.
O procedimento contou com a colaboração de equipes das polícias civis de Goiás, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, que cumpriram um total de 21 ordens judiciais, incluindo seis de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. A operação tinha como finalidade desarticular uma organização criminosa especializada no “golpe do falso proprietário de lotérica”, esquema que aplicava fraudes e lavava dinheiro em âmbito nacional.
Como consequência direta da ação, duas pessoas foram capturadas por serem consideradas integrantes principais do esquema fraudulento. Além das detenções, a operação culminou na apreensão de cinco veículos e de outros bens associados à quadrilha, atingindo o patrimônio ilícito do grupo.
Durante as diligências, um homem — esposo de uma das investigadas — foi preso por posse irregular de arma de fogo, evidenciando a extensão da atividade criminosa. A Polícia Civil revelou que o esquema operava por meio de criminosos que se fingiam de proprietários de lotéricas, enganando funcionários e induzindo-os a pagar boletos falsificados. Os valores arrecadados eram transferidos para contas de terceiros, conhecidos como “laranjas”, dispersados rapidamente antes de serem concentrados nas contas dos líderes do grupo.
Os crimes tinham alcance nacional, e apenas em Alagoas, a quantia desviada ultrapassou o milhão de reais, sendo que a maior parte dos envolvidos residia em Goiás.
De acordo com o delegado José Carlos, da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil de Alagoas, o intercâmbio de informações com o Grupo Especial de Investigação Criminal (GEIC/Anápolis) foi crucial para o avanço das investigações, especialmente porque o GEIC já havia realizado duas operações anteriores envolvendo os mesmos criminosos.
Até o momento, duas pessoas continuam foragidas: o líder da organização, que reside em São Paulo; dois integrantes em Goiás; e um jogador de futebol profissional atualmente atuando na Europa Oriental.
Maria Eduarda, delegada também da Polícia Civil de Alagoas, garantiu que todas as medidas legais serão tomadas para capturar os foragidos, inclusive aquele que está no exterior.
As ações em Goiás ficaram sob responsabilidade da Polícia Civil local, coordenadas pelo delegado Murilo Leal da DEIC/PCGO. Os suspeitos investigados por crimes de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha continuam sendo alvo de buscas e diligências.
Para reforçar o combate ao crime, as forças policiais reforçaram a cooperação internacional e a troca de informações, buscando prender os suspeitos que permanecem foragidos. O delegado Igor Diego, à frente da Dracco, destacou a importância da integração entre as instituições e agradeceu o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Operação Renorcrim e do programa Impulse, além da colaboração das polícias civis de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Por fim, a Polícia Civil de Alagoas reafirma seu compromisso contínuo com a repressão ao crime organizado e a proteção da sociedade. A Operação Sorte de Areia exemplifica o esforço técnico, colaborativo e estratégico realizado para desmantelar estruturas criminosas, desarticular esquemas complexos e responsabilizar os envolvidos perante a justiça.