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Educação
03/12/2025 17:00:00

Alagoas lidera o ranking nacional de analfabetismo, enquanto Maceió destaca-se entre as capitais brasileiras

Estado mantém índice superior à média regional e enfrenta desafios na continuidade escolar, segundo dados do IBGE de 2025

Alagoas lidera o ranking nacional de analfabetismo, enquanto Maceió destaca-se entre as capitais brasileiras

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (3), Alagoas encerrou o ano de 2024 com a maior taxa de analfabetismo do Brasil, atingindo 14,2% da população com 15 anos ou mais que não domina a leitura nem a escrita. Este percentual é superior ao registrado na região Nordeste, que é de 11,1%, e mais que o dobro da média nacional, que é de 5,3%.

O índice do estado permaneceu praticamente inalterado em relação a 2023, quando foi de 14,1%, enquanto o país e a região apresentaram leves quedas. Entre as capitais brasileiras, Maceió apresenta a maior proporção de analfabetos, com 6,4% da sua população nesta situação, seguida por Rio Branco (5,6%), Macapá e Fortaleza (ambas com 5,1%), Teresina (4,8%), João Pessoa (4,5%), Recife (4,1%) e Aracaju (3,9%).

As localidades com os menores índices de analfabetismo são Florianópolis e Porto Alegre, com 1,0%, seguidas pelo Rio de Janeiro (1,2%), Curitiba e Belo Horizonte (1,3%), Campo Grande e Vitória (1,6%), além de São Paulo, Salvador e Manaus, cada uma com 1,7%.

Desempenho na frequência escolar

Embora Alagoas tenha registrado avanços significativos na entrada de crianças na escola, o estado ainda encontra dificuldades em manter seus estudantes nas etapas de ensino por mais tempo.

Na faixa de idade de 6 a 14 anos, a taxa líquida de matrícula no ensino fundamental ultrapassa 94%, indicando quase universalização. Contudo, esse índice diminui consideravelmente com o aumento da idade; entre adolescentes de 15 a 17 anos, que cursam o ensino médio, a permanência cai para 69,8%.

O cenário fica ainda mais delicado no ensino superior, onde somente 18,2% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados em algum curso de graduação, o menor percentual do país.

Outro dado relevante refere-se ao tamanho das turmas na rede pública de ensino: na educação infantil, a média é de 18 estudantes por sala, enquanto no ensino fundamental essa média sobe para 25, e no ensino médio chega a 37 alunos por turma.

Desafios estruturais persistentes

Segundo Neison Freire, responsável pela Seção de Disseminação de Informações do IBGE em Alagoas, apesar dos progressos no acesso à educação, as desigualdades ainda dificultam avanços mais expressivos.

“Os indicadores demonstram que o estado avança, mas de forma insuficiente para superar obstáculos que se acumulam há décadas. O analfabetismo permanece como um dos principais desafios estruturais. Enquanto o Brasil e o Nordeste reduziram esses índices, Alagoas manteve-se estável em patamar elevado. O fato de Maceió liderar o ranking das capitais reforça que o problema é generalizado e não limitado ao interior. Monitorar essas estatísticas é fundamental para orientar políticas públicas que promovam inclusão, permanência escolar e redução das desigualdades na área da educação”, afirmou Freire.

Sobre o estudo

A edição de 2025 da Síntese de Indicadores Sociais fornece uma análise detalhada das condições de vida da população brasileira, reunindo informações sobre temas estruturais do país. O levantamento está organizado em três eixos principais: estrutura econômica e mercado de trabalho, padrão de vida e distribuição de renda, além de educação.

Escrito com base em dados fornecidos pela Assessoria do IBGE.