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Acidente
28/11/2025 10:00:00

Maior Fraude Tributária do País é Desvendada em Operação que Seca R$ 26 bilhões do Governo

Investigação aponta relação do Grupo Refit com empresas sob suspeita e o uso de fundos estrangeiros para lavagem de dinheiro

Maior Fraude Tributária do País é Desvendada em Operação que Seca R$ 26 bilhões do Governo

Nesta segunda-feira (27/11), a Receita Federal do Brasil (RFB) lançou a Operação Poço de Lobato, visando principalmente desmantelar as atividades do conglomerado Refit, considerado atualmente o maior devedor de impostos no país, com uma dívida superior a R$ 26 bilhões. O grupo tinha conexões com outras companhias sob a investigação na operação Carbono Oculto e, assim como essas, atuava no segmento de combustíveis. Foram realizadas 126 mandas de busca e apreensão em quatro estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia — além do Distrito Federal. Além da Receita, participaram das ações órgãos estaduais, incluindo as polícias Civil e Militar, além de entidades federais.

A operação também contou com o envolvimento de órgãos ligados à Secretaria da Fazenda de São Paulo, que bloquearam mais de R$ 10,2 bilhões em bens de indivíduos e empresas ligados ao esquema, incluindo imóveis e veículos, como medida de segurança.

De acordo com informações da Receita, as investigações revelaram que, em apenas um ano, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões utilizando suas próprias empresas, fundos de investimento e estruturas offshore, com o objetivo de esconder lucros ilícitos.

Com sede no Rio de Janeiro, o conglomerado controla várias instituições financeiras e emprega estratégias internacionais, como uma exportadora, para proteger seu patrimônio. Em relação às ações ilegais, o grupo utilizava empresas de formuladoras e distribuidoras vinculadas a ele, que agiam como intermediárias na lavagem de dinheiro por meio da compra de diesel, nafta e hidrocarbonetos de fontes externas. Entre 2020 e 2025, a Receita Federal identificou operações de importação de mais de R$ 32 bilhões em combustíveis por parte dos investigados.

A antiga investigação também apontou que a Refit foi alvo da operação Carbono Oculto, cujo propósito era desmantelar empresas do setor de combustíveis envolvidas na lavagem de dinheiro. Como resultado, quatro embarcações foram retidas, contendo aproximadamente 180 litros de combustível cada. Além disso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) interditou a refinaria do grupo após constatar diversas irregularidades. Segundo a Receita, a ocultação de recursos ilícitos era facilitada por uma grande operadora financeira, que atuava como controladora de outras instituições que também prestavam serviços ao grupo.

Essa empresa principal seria uma espécie de ‘matriarca’, enquanto as demais, controladas por ela, atuariam como ‘filiais’. Desde o segundo semestre de 2024, esse esquema movimentou mais de R$ 72 bilhões. Os recursos ilegais eram reinvestidos em negócios, imóveis e outros ativos por meio de fundos de investimento, uma prática comum em esquemas de lavagem de dinheiro, pois dificulta o rastreamento e confere aparência de legalidade às movimentações.

A investigação aponta que há 17 fundos associados ao grupo, acumulando um patrimônio líquido de cerca de R$ 8 bilhões. Ao meio-dia (horário de Brasília), nesta quinta-feira, a Receita Federal realizará uma coletiva de imprensa para detalhar os avanços da Operação Poço de Lobato e apresentar os próximos passos das investigações.