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Acidente
27/11/2025 20:00:00

Venezuela cancela autorizações de seis companhias aéreas após alerta de segurança dos EUA

Decisão ocorre após suspensão de voos por recomendação de Washington, em meio à tensão diplomática

Venezuela cancela autorizações de seis companhias aéreas após alerta de segurança dos EUA

Na noite desta quarta-feira (26), o Instituto Nacional de Aviação Civil venezuelano anunciou a revogação das permissões de voo de seis empresas aéreas internacionais, incluindo a brasileira Gol.

A medida foi tomada em resposta às ações de suspensão unilateral de operações comerciais por parte de companhias estrangeiras, alegadamente relacionadas a uma postura de hostilidade promovida pelos Estados Unidos contra a Venezuela.

De acordo com o órgão de aviação venezuelano, as empresas envolvidas “se somaram às ações de terrorismo de Estado” promovidas por Washington, justificando a retirada de suas licenças. Além da Gol, também tiveram suas autorizações revogadas as companhias LATAM, Avianca (Colômbia), TAP (Portugal), Iberia (Espanha) e Turkish Airlines.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, declarou que a decisão visa proteger a soberania do país. Segundo ele, “o governo venezuelano, em ato soberano, informou às empresas que, caso não retomem os voos em 48 horas, essas operações não seriam permitidas mais. Mantemos nossas aeronaves e nossa dignidade”.

Na segunda-feira (24), representantes do Instituto Nacional de Aviação Civil e do Ministério dos Transportes, liderado por Ramón Celestino Velásquez Araguayán, reuniram-se com dirigentes das principais companhias aéreas do país para discutir a suspensão dos voos. Durante o encontro, foi estabelecido o prazo de 48 horas para a retomada das operações.

A decisão de limitar as operações foi criticada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que publicou nota após a reunião alertando que a medida agravaria ainda mais a conectividade aérea da Venezuela, que já enfrenta dificuldades de integração regional. Na última sexta-feira (21), o Departamento de Segurança dos Estados Unidos emitiu um alerta sobre uma “situação potencialmente perigosa” na malha aérea venezuelana, devido ao “aumento da atividade militar e do risco sobre a segurança na Venezuela e áreas próximas”.

Essa advertência resultou na suspensão de voos de várias companhias estrangeiras, além de outros alertas emitidos por autoridades espanholas na mesma semana, levando a cancelamentos adicionais. Apesar dessas restrições, o espaço aéreo venezuelano permanece acessível. Na quarta-feira (26), por exemplo, uma aeronave da companhia americana Eastern Airlines realizou um pouso no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, transportando 175 venezuelanos deportados dos Estados Unidos.

A ação foi criticada pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, que afirmou: “A companhia aérea estadunidense realiza dois voos semanais com venezuelanos retornados, enquanto os EUA pressionam e ameaçam companhias de outros países para que não operem na Venezuela”.

Além das empresas venezuelanas, diversas linhas áreas internacionais como Copa Airlines (Panamá), Wingo e Satena (Colômbia) e Boliviana de Aviación (Bolívia) continuam operando normalmente, apesar do alerta estadunidense.