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Meio Ambiente
27/11/2025 08:00:00

Intensidade da La Niña alcança níveis mais fortes desde outubro, impactando o clima global

Fenômeno, que resfria as águas do Pacífico, começa a influenciar as condições climáticas no Brasil, especialmente na redução de chuvas no Sul

Intensidade da La Niña alcança níveis mais fortes desde outubro, impactando o clima global

Nos últimos dias, a fase de La Niña atingiu seu ponto mais forte desde 9 de outubro, de acordo com dados recentes. Este fenômeno climático, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais na região central e leste do Pacífico Equatorial, já demonstra efeitos perceptíveis no clima brasileiro, principalmente na diminuição de precipitações na região Sul, conforme relata a MetSul.

Atualmente, a temperatura da superfície marítima na área do Pacífico conhecida como Niña 3.4 está 0,8°C abaixo do padrão habitual, indicando uma La Niña de intensidade moderada a fraca. Essa condição se mantém há cerca de seis semanas, representando a maior anomalia negativa registrada desde a sua declaração há aproximadamente 45 dias.

Em regiões mais próximas ao Peru e Equador, na área denominada Niña 1+2, as águas também estão 0,5°C mais frias que o normal. Essas temperaturas mais baixas indicam que o oceano está mais frio do que o habitual nessas regiões do Pacífico, influenciando diretamente o clima no Brasil. Para o Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, esse resfriamento tende a diminuir as chuvas nesta época do ano, podendo afetar atividades agrícolas locais.

Segundo a Metsul, a La Niña também impacta as temperaturas no território brasileiro. O fenômeno, que ocorre com o resfriamento das águas do Pacífico central e oriental, exerce influência significativa sobre o clima global. Diferentemente do El Niño, que aquece as águas dessas áreas, a La Niña altera os padrões de ventos, precipitações e temperaturas em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.

No sul do país, a presença do fenômeno costuma gerar uma redução nas chuvas, elevando o risco de períodos de seca, enquanto nas regiões Norte e Nordeste, há tendência de aumento nas precipitações. Contudo, eventos extremos, como enchentes e inundações, permanecem possíveis, demonstrando que a La Niña não elimina completamente os riscos climáticos.

A última ocorrência prolongada do fenômeno, entre 2020 e 2023, causou secas no Sul do Brasil e crises hídricas em países vizinhos, incluindo Uruguai, Argentina e Paraguai.