No mês passado, a arrecadação de tributos e contribuições federais atingiu a marca de R$ 261,9 bilhões, conforme dados divulgados pela Receita Federal nesta segunda-feira (24/11).
Este valor representa uma elevação real de 0,92% comparado ao mesmo mês do ano anterior, consolidando o melhor resultado de outubro desde o início do século, em 2000. Ao longo do período de janeiro a outubro, a soma total da arrecadação chegou a R$ 2,36 trilhões, o que também configura o maior montante para o mesmo intervalo de tempo em 25 anos.
Este avanço reflete o impacto de diversos fatores econômicos e mudanças legislativas ocorridas no país. O crescimento no mês foi impulsionado principalmente por três elementos. Primeiramente, a arrecadação oriunda de impostos sobre investimentos aumentou 28%, resultado da melhora nos rendimentos de aplicações de renda fixa, fundos e juros sobre capital próprio.
Além disso, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), aplicado sobre operações de crédito e câmbio, cresceu 38,8%, após alterações na legislação implementadas em junho. Outro destaque importante foi o aumento de 5,54% na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), pagos pelas empresas.
Este crescimento deve-se ao desempenho de companhias que optam pelo regime de lucro presumido, bem como a ajustes nas declarações anuais. O mercado de trabalho também contribuiu positivamente para o resultado. O imposto retido na fonte sobre salários registrou uma elevação de 6,8%, influenciado pelo aumento da massa salarial e pela criação de aproximadamente 1,7 milhão de empregos formais até setembro.
Paralelamente, a arrecadação da Previdência Social cresceu 2,9%, devido à reoneração progressiva da folha de pagamento de empresas e prefeituras. Por outro lado, os tributos incidentes sobre importações sofreram uma redução de 6,43%, movimento explicado pela diminuição no volume de compras externas em dólar e por uma menor depreciação do dólar perante o real.
De acordo com a Receita, a base de comparação foi influenciada por receitas extraordinárias de 2024, como a cobrança sobre fundos exclusivos. Como esses recursos não se repetiram em 2025, o crescimento real acumulado foi artificialmente subestimado.
Após o ajuste dessas distorções, a alta seria de 4,84%, ao invés dos 4,17% inicialmente divulgados, indicando um desempenho mais robusto da arrecadação federal.