Nos últimos momentos, Rio Claro, localizada a aproximadamente 180 quilômetros da capital paulista, tem sido palco de uma série de episódios violentos impulsionados por uma acirrada guerra entre organizações criminosas. Quatro pessoas perderam a vida e uma ficou ferida devido a tiroteios ocorridos em menos de 12 horas, envolvendo o grupo conhecido como Bonde do Magrelo e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
As ações violentas tiveram início por volta do meio-dia de sábado, quando câmeras de segurança captaram um veículo branco estacionando em frente a um salão de beleza. Dois homens desembarcaram, entraram na loja e, pouco depois, foram ouvidos diversos disparos de arma de fogo.
No local, mais de 30 cápsulas de munição foram encontradas. A vítima fatal, identificada como Daniel de Paula Sobrinho, de 29 anos, foi atingida por pelo menos 12 tiros e morreu na hora. Um cliente que estava no estabelecimento também foi baleado na perna, mas sobreviveu ao ataque.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, Daniel Sobrinho tinha relações com o tráfico de drogas e possivelmente estava ligado ao Bonde do Magrelo, facção rival do PCC na região de Rio Claro.
Essa organização, liderada por Anderson Ricardo de Menezes, conhecido como Magrelo, recebeu esse apelido em referência a Marcos Camacho, chefe máximo do PCC, sendo até comparada a uma ‘Marcola da Oposição’.
Segundo informações do Brasil Urgente, uma investigação do Ministério Público de São Paulo revelou que o grupo de Magrelo passou por treinamentos militares e é conhecido por ações altamente violentas e intolerantes contra rivais e dissidentes.
Menos de 12 horas após a morte de Daniel, ocorreu um novo ataque, considerado uma retaliação pela facção contrária. A ação aconteceu à noite em um terreno próximo a um comércio, onde um grupo de pessoas se encontrava.
Uma motocicleta estacionou perto do grupo, seguida de uma chegada rápida de um carro branco. Antes que o veículo parasse, criminosos armados desceram e iniciaram uma série de disparos, provocando uma fuga caótica. Imagens mostram os atiradores perseguindo as vítimas: um deles corre em direção à calçada, sendo seguido por um atirador, enquanto outro tenta escapar pelo fundo do terreno.
Em menos de 20 segundos, três homens foram atingidos e mortos a tiros. Há relatos de que um dos assassinos se aproximou de um ferido para disparar mais tiros.
As autoridades apuram que as vítimas desse segundo ataque tinham ligação com o PCC, reforçando o caráter de vingança na sequência dos episódios.
Esses quatro homicídios e o ferido em um intervalo tão curto evidenciam a forte disputa pelo controle territorial na região. Desde o início da confrontação, mais de 30 integrantes do Bonde do Magrelo foram mortos em confrontos similares com o PCC, sendo os principais suspeitos pelos crimes os próprios membros dessa facção, o que revela uma guerra contínua e sanguinária.
Mesmo após a prisão de seu líder, Anderson Ricardo de Menezes, em maio do ano passado, o Bonde do Magrelo permanece ativo na luta pelo poder na área de São Paulo.
Anderson foi capturado pela Polícia Ambiental em Novo Horizonte (SP), após meses foragido. Ele tentou fugir durante a operação, mas foi detido e encaminhado a uma penitenciária com forte esquema de segurança.
Apesar da prisão, o grupo liderado por ele continua envolvido na disputa territorial e na manutenção de suas ações violentas na região.