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Acidente
24/11/2025 00:00:00

Decisão judicial mantém detenção de Bolsonaro após audiência de custódia via videoconferência

Ex-presidente permanece sob custódia enquanto aguardam análise do STF sobre sua prisão preventiva

Decisão judicial mantém detenção de Bolsonaro após audiência de custódia via videoconferência

Na manhã deste domingo (23), às 12h, foi realizada a audiência de custódia do ex-presidente Jair Bolsonaro por videoconferência na Superintendência da Polícia Federal localizada no Distrito Federal. O procedimento, que durou aproximadamente uma hora, foi encerrado oficialmente ao fim da sessão. Pouco tempo depois, foi divulgada a ata do ato, assinada pela juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino — que conduziu a sessão em nome do ministro Alexandre de Moraes — confirmando a validação da prisão e a ausência de irregularidades na execução do mandado. Antes da audiência, Bolsonaro realizou uma entrevista reservada com seus advogados, Daniel Bettamio Tesser e Paulo Henrique Aranda Fuller, enquanto o representante da Procuradoria-Geral da República, Joaquim Cabral da Costa Neto, também acompanhou o procedimento. Na ata, Bolsonaro revelou que passou por um episódio de “paranoia” na madrugada de sexta para sábado, motivado pelos efeitos de medicamentos prescritos por diferentes médicos, incluindo Pregabalina e Sertralina. Ele afirmou ter utilizado um ferro de solda para abrir a tampa de sua tornozeleira eletrônica, acreditando que o dispositivo continha “alguma escuta”. O ex-presidente explicou que estava na companhia de sua filha, irmão e um assessor naquele momento, porém todos estavam dormindo e, por isso, não perceberam sua ação. Além disso, declarou que nunca havia passado por episódios semelhantes anteriormente e que começara a tomar um dos remédios apenas quatro dias antes. Bolsonaro também garantiu que não pretendia fugir e que a cinta do equipamento não teria sido rompida, embora essa versão ainda seja analisada pela perícia. Ele afirmou ter informado os policiais após “cair na razão” e interromper a tentativa de abrir o monitoramento eletrônico. A Procuradoria-Geral da República considerou o procedimento de prisão regular, já que Bolsonaro confirmou que não sofreu abusos ou agressões por parte dos agentes de segurança. Questionado sobre uma vigília organizada por Flávio Bolsonaro, o ex-presidente explicou que o local fica a 700 metros de sua residência, minimizando a possibilidade de tumulto ou fuga. Ele também citou os médicos responsáveis por sua medicação, entre eles Cláudio Birolini, Leandro Chenique e Marina Graziottin Pasolini — que, segundo ele, prescreveu a Sertralina sem comunicação com os demais profissionais. A juíza auxiliar concluiu que o procedimento seguiu todas as formalidades legais estabelecidas pela Resolução 213 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), homologando a prisão preventiva de Bolsonaro. A decisão final sobre a continuidade ou revogação da medida cabe ao ministro Alexandre de Moraes. A ata destaca que, por tratar-se de uma audiência por videoconferência, a ausência de assinatura física do depoente está de acordo com o artigo 195 do Código de Processo Penal. Com o encerramento da audiência, Bolsonaro permanece na sede da Polícia Federal, aguardando a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para os próximos dias, que deverá determinar se a prisão preventiva decretada por Moraes na véspera será mantida ou não.