Trump demonstra surpresa ao saber da prisão de Bolsonaro e faz comentários mistos sobre líderes sul-americanos

Durante uma entrevista nesta sábado (22), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou surpresa ao ser informado da detenção preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A declaração foi feita antes de sua partida para a Base Aérea Conjunta Andrews, em Maryland, enquanto conversava com jornalistas. Quando a equipe de imprensa da Casa Branca lhe comunicou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão do ex-presidente após a violação de uma tornozeleira eletrônica e a possibilidade de fuga, Trump mostrou-se perplexo.

Ele comentou: "Não tenho conhecimento disso. É isso mesmo? Que pena, acho isso uma pena". Além disso, o republicano causou confusão ao mencionar uma conversa "na noite anterior" com "o senhor ao qual vocês se referem", sem esclarecer se falava de Bolsonaro ou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Posteriormente, a Casa Branca enviou um e-mail confirmando que não foi possível determinar a quem Trump se referia. Em uma mistura de temas, Trump afirmou que recentemente falou com Lula e que pretende encontrá-lo "em breve".

Ele também vinha discutindo questões relacionadas a tarifas sobre produtos brasileiros, especialmente após o anúncio feito na quinta-feira (20) pelo governo dos EUA de remover a tarifa adicional de 40% sobre itens como carne, café e frutas, uma mudança significativa na relação entre os dois países.

A prisão de Bolsonaro só foi mencionada novamente após insistência de repórteres. Trump reiterou que não tinha conhecimento da decisão judicial.

Nos meses anteriores, o ex-presidente brasileiro, condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe, deixou de ser citado por Trump em declarações públicas, apesar de suas posições anteriores em defesa do brasileiro.

Em julho, Trump criticou duramente a imposição de tarifas de 50% contra o Brasil, além de criticar o tratamento dado a Bolsonaro e as decisões do STF relacionadas a empresas de tecnologia.

Ele chamou o julgamento do ex-presidente de "desgraça internacional" e "caça às bruxas", embora o tom de suas declarações tenha diminuído desde então.