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Guerra
22/11/2025 20:00:00

UE rejeita proposta de paz dos EUA para a Ucrânia, considerada uma rendição à Rússia

Diplomatas europeus questionam a validade do plano de Washington, enquanto divergências internas continuam a afetar o apoio à Kiev

UE rejeita proposta de paz dos EUA para a Ucrânia, considerada uma rendição à Rússia

A União Europeia manifestou forte resistência à nova iniciativa de Washington, que sugere um "plano de resolução pacífica" para o conflito na Ucrânia. Na reunião desta sexta-feira (21), em Bruxelas, os ministros de Relações Exteriores dos 27 países expressaram que a proposta parece mais uma rendição do que uma solução real e sustentável para o impasse.

Porém, nem todos os membros do bloco concordam com essa avaliação, e o respaldo à Ucrânia permanece dividido. Kaja Kallas, líder da diplomacia da UE, foi enfática ao afirmar que a implementação de qualquer plano requer o envolvimento direto dos ucranianos e europeus.

Ela ressaltou que os acordos devem garantir apoio financeiro e político contínuo por parte da União Europeia à Ucrânia a longo prazo. Por sua vez, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, reforçou a negativa: "A paz não deve significar uma capitulação. Nosso objetivo é oferecer à Ucrânia um pacote de reparações que a proteja de dificuldades econômicas nos próximos anos.

Espero que o empréstimo seja aprovado ainda este ano, visando garantir uma paz estável e duradoura, com garantias contra novas agressões russas de Vladimir Putin."

A pressão sobre Moscou também foi destaque na reunião. O ministro alemão Johann Wadephul afirmou que qualquer negociação de cessar-fogo ou de um futuro acordo de paz deve contar com a participação direta de Kiev e da União Europeia. Entre as estratégias adotadas pelos europeus está o aumento da pressão econômica sobre o Kremlin. As sanções recentes dos Estados Unidos contra o petróleo russo, principal fonte de financiamento para a guerra, foram vistas como um movimento positivo.

Radoslaw Sikorski, ministro das Relações Exteriores da Polônia, declarou que a vítima não deve ser restringida em sua capacidade de defesa; ao contrário, o agressor deve ter seu potencial ofensivo limitado. Contudo, nem todos os países compartilham dessa postura mais dura. O ministro húngaro Péter Szijjártó criticou o silêncio da UE diante de denúncias de corrupção envolvendo aliados do presidente ucraniano.

Ele afirmou que um sistema corrupto foi estabelecido no mais alto nível do governo ucraniano, utilizando fundos enviados pelos contribuintes europeus, e que Bruxelas deveria ter suspendido imediatamente os pagamentos e exigido transparência.

A Hungria, que frequentemente bloqueia medidas contra Moscou, busca apoio da República Tcheca e da Eslováquia para fortalecer dentro da União Europeia uma linha de oposição às ações pró-Ucrânia, evidenciando as divergências internas que permanecem na postura europeia diante do conflito.