De acordo com Pete Hegseth, a recente classificação do Cartel de los Soles como uma organização terrorista internacional, sob decisão do presidente Donald Trump, amplia as possibilidades de atuação do Exército americano no território venezuelano.
A afirmação foi feita nesta quinta-feira (20), durante uma entrevista concedida ao canal One America News, e reforça que o Pentágono agora dispõe de uma variedade maior de alternativas estratégicas.
Hegseth afirmou também que a inclusão do cartel na lista de grupos terroristas fornece ao governo dos Estados Unidos uma ferramenta adicional na luta contra o crime organizado na região. O secretário de Defesa dos EUA criticou Nicolás Maduro, afirmando que ele "não é um líder legítimo eleito na Venezuela" e reiterou acusações de envolvimento em atividades de tráfico de drogas.
O líder chavista nega qualquer participação nesse tipo de crime. Na última semana, especificamente no domingo (16), Trump afirmou que a designação do cartel, que entrará em vigor a partir de 24 de novembro, concede às forças militares americanas a autorização para atacar bens e infraestruturas de Maduro dentro do país.
Apesar de mencionar essa possibilidade, o presidente americano deixou claro que ainda não há uma decisão formal de agir, afirmando aos repórteres ao deixar a Flórida rumo a Washington: "Isso nos dá essa capacidade, mas não indicamos que iremos utilizá-la.
" O anúncio ocorre num momento de intensificação das ações militares dos EUA na região do Caribe e do Pacífico, onde desde setembro, já foram efetuados 21 ataques contra embarcações suspeitas de transporte de drogas.
Até o momento, 83 pessoas perderam a vida nesses confrontos, que visam combater o tráfico internacional de drogas na área. O governo venezuelano, liderado por Maduro, tem reiteradamente alegado que essas operações militares são uma tentativa de Washington de remover seu governo do poder.
Questionada sobre a expansão das operações militares na região, a Casa Branca declarou que a promessa de campanha de Trump de combater os cartéis de drogas da América Central e do Caribe permanece firme.
Este nível de atividade militar na área representa o maior envolvimento dos EUA desde 1994, quando o país enviou dois porta-aviões e mais de 20 mil soldados ao Haiti para participar da 'Operação Uphold Democracy', ocorrida após o evento devastador no país.
Desde o início de setembro, incidentes envolvendo ataques a navios de suspeita de transporte de drogas têm se intensificado na região, refletindo uma nova fase na estratégia americana para combater o narcotráfico internacional.