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Acidente
20/11/2025 07:00:00

Tempestade severa no Sul do Brasil provoca vítimas e formação de nuvem de poeira

Fenômeno climático causado por ciclone extratropical impacta várias regiões, causando mortes e alterações atmosféricas

Tempestade severa no Sul do Brasil provoca vítimas e formação de nuvem de poeira

Um sistema ciclônico de grande intensidade causou a morte de cinco turistas no Parque Nacional Torres del Paine, localizado na Patagônia chilena.

Esses indivíduos foram surpreendidos por uma tempestade que trouxe neve densa, visibilidade reduzida e ventos que alcançaram quase 200 km/h, conforme informações da MetSul Meteorologia.

Na segunda-feira (17), o ciclone extratropical que atingiu a parte sul do continente avançou pelo Leste da Argentina, atingiu o Uruguai e atingiu a costa do Sul do Brasil, gerando uma extensa nuvem de poeira na atmosfera.

As autoridades chilenas confirmaram que as vítimas no Parque Torres del Paine incluem um casal mexicano, um casal alemão e uma mulher britânica.

Todos pertenciam a um grupo reportado como desaparecido na segunda-feira. Além disso, outros quatro exploradores, também considerados desaparecidos, foram localizados com vida, encerrando assim as operações de resgate sob condições meteorológicas extremamente severas.

A remoção dos corpos deve ocorrer por transporte aéreo, condicionada à melhora do clima, que permita o voo de helicópteros da Força Aérea do Chile. Os envolvidos estavam no percurso conhecido como Circuito O, ou 'volta completa', a trilha mais longa e desafiadora de Torres del Paine, com mais de 100 km de extensão e planejamento de oito a dez dias.

A rota passa por áreas remotas, com conexão limitada e acampamentos distantes. Na terça-feira (18), a progressão do ciclone resultou na formação de uma nuvem de poeira de intensidade e amplitude incomuns, ocasionando um céu cinza e condições semelhantes a neblina em Montevidéu e localidades costeiras do Uruguai, segundo a MetSul.

O Instituto Uruguaio de Meteorologia (Inumet) emitiu aviso alertando para a presença da nuvem na capital, destacando que partículas na atmosfera poderiam diminuir a visibilidade e dar ao céu uma tonalidade cinza, especialmente nas áreas próximas ao mar.

Moradores na Rambla de Montevidéu, avenida ao longo do Rio da Prata, relataram a chegada da poeira pouco após as 17h, com o céu adquirindo uma tonalidade opaca e o horizonte parcialmente obscurecido. No lado argentino, cidades como Mar del Plata, Necochea e Tandil, na província de Buenos Aires, amanheceram sob uma camada de poeira, com relatos de visibilidade reduzida e uma fina película de partículas sobre veículos e janelas.

A atmosfera na capital argentina também se apresentou opaca devido à poeira suspensa em altitude. A formação da nuvem foi desencadeada por fortes rajadas de vento que atingiram 150 km/h em Comodoro Rivadavia e ultrapassaram 200 km/h em áreas de extração petrolífera, segundo medições não oficiais.

Apesar de dispersa e de menor densidade, a poeira chegou na manhã desta quarta-feira (19) à costa do Rio Grande do Sul, conforme informou a MetSul. Na região do Litoral Norte gaúcho, após um começo de dia com muitas nuvens e aberturas de sol, o céu passou a apresentar tonalidade acinzentada e azulada.

Segundo a MetSul, é incomum que material particulado proveniente do Sul chegue ao Rio Grande do Sul, pois normalmente o material que chega ao estado é transportado do Norte, vindo das queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste, por correntes de jato de baixa altitude.

Uma exceção significativa ocorreu em 2011, quando cinzas do vulcão Cordon Caulle, na fronteira entre Argentina e Chile, chegaram ao Sul do Brasil em múltiplos episódios, chegando a impactar operações aéreas até na Austrália, suspendendo voos por esse motivo.