Relatórios do Ministério da Previdência revelam que um total de 18 entes federais, incluindo estados e municípios, direcionaram recursos para títulos de dívida emitidos pelo Banco Master, o que pode acarretar perdas próximas a R$ 2 bilhões.
O valor total que está atualmente disponível para resgate pelo banco soma R$ 1,86 bilhão, sendo que quase metade desse montante — R$ 970 milhões — corresponde ao Fundo de Previdência do Estado do Rio de Janeiro, responsável por aposentadorias e pensões de servidores estaduais.
Na terça-feira (18), o Banco Central anunciou a execução de uma liquidação extrajudicial do Banco Master. Essa medida foi tomada devido à severa crise de liquidez e às infrações graves às normas do sistema financeiro verificadas na instituição, segundo informações oficiais. A avaliação atualizada em março de 2025 indica que o patrimônio líquido da instituição é de R$ 3,214 bilhões, enquanto seus ativos totalizam R$ 86,4 bilhões e os passivos atingem R$ 83,2 bilhões.
Os dados apontam ainda que o patrimônio em ativos dos entes que investiram na instituição é significativo, com destaque para o estado do Rio de Janeiro, que aplicou R$ 970 milhões.
Outros entes incluem o estado do Amapá com R$ 400 milhões, Amazonas com R$ 50 milhões, além de municípios como Araras (SP) com R$ 29 milhões, Cajamar (SP) com R$ 87 milhões, e a cidade de Aparecida de Goiânia (GO), que investiu R$ 40 milhões. Ainda, cidades como Maceió (AL) e Itaguaí (RJ) aplicaram R$ 97 milhões e R$ 59,6 milhões, respectivamente. Na manhã desta terça-feira, a Polícia Federal realizou várias ações relacionadas ao caso.
Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, além de 25 ordens de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Medidas cautelares diversas da prisão também foram decretadas. Como parte dessas operações, foram bloqueados R$ 12,2 bilhões em contas bancárias e apreendidos veículos de luxo, obras de arte e relógios de alto padrão.