Na última terça-feira, 18 de novembro de 2025, um policial de trânsito foi sentenciado a uma pena de 10 anos e 6 meses de prisão pelo júri popular, após estar envolvido em um acidente grave na rodovia AL-110, em Arapiraca, que resultou na morte de um jovem e ferimentos severos em sua companheira. O incidente aconteceu em 15 de julho de 2023, quando Valdy Severiano da Silva, dirigindo sob efeito de álcool, em alta velocidade e na contramão, atingiu a motocicleta dos envolvidos, colidindo também com um caminhão, que tombou após o impacto.
O julgamento foi conduzido nesta terça-feira, com a participação do Ministério Público de Alagoas (MPAL), representado pelo promotor Ivaldo Silva. A promotoria argumentou que a conduta do réu configurou dolo eventual, ou seja, ele assumiu o risco de causar a fatalidade, argumento aceito pelos jurados. Ao proferir a sentença, o juiz determinou regime fechado para início da condenação, levando em conta a agravante de o réu ser ciente das normas de trânsito e, por isso, sua culpabilidade maior, além de decretar sua prisão preventiva.
De acordo com as investigações, após o acidente, Valdy fugiu do local com auxílio de terceiros para evitar responsabilizações penal e civil, mesmo sendo funcionário público e ciente da obrigatoriedade de prestar socorro às vítimas. Allysson morreu no local, enquanto Cinthyellen, sua companheira, foi levada ao hospital em coma, permanecendo com sequelas permanentes nos membros inferiores e traumas psicológicos.
Durante a audiência, Cinthyellen relatou que ela e Allysson haviam começado um relacionamento há poucos meses e que, naquele dia, pretendiam visitar familiares. Ela também revelou que a mãe de Allysson, residente no exterior, precisou pedir R$ 10 mil emprestados para retornar ao Brasil e realizar o funeral do filho.
O promotor Ivaldo Silva destacou que a sentença reforça a importância de seguir as leis de trânsito e valorizar a vida. Ele afirmou: “As imagens do acidente são chocantes. Não havia possibilidade de reclassificar o crime como culposo diante das provas. O réu, agente de trânsito, tinha conhecimento do Código de Trânsito Brasileiro e assumiu o risco ao conduzir sob efeito de álcool”.
Apesar da condenação, o Ministério Público anunciou que irá recorrer da sentença, defendendo o aumento da pena devido às consequências irreparáveis para as famílias e às sequelas permanentes da sobrevivente. O promotor destacou também que, durante o julgamento, Cinthyellen declarou: “Sinto-me como um copo partido”. Mesmo sem uma confissão formal, ela tentou justificar seus atos, segundo o representante do MPAL.