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Descoberta do Cometa Interestelar 3I/Atlas gera especulações sobre alienígenas

Apesar da maioria dos especialistas afirmar que é um corpo celeste natural, algumas hipóteses sugerem uma origem artificial

Descoberta do Cometa Interestelar 3I/Atlas gera especulações sobre alienígenas

O aclamado cometa 3I/Atlas, que cruzou o sistema solar recentemente, continua despertando debates e especulações acerca de sua origem. Embora a maior parte da comunidade científica confirme que se trata de um corpo celeste natural, fenômenos observados em suas características têm alimentado teorias de origem extraterrestre.

Identificado em julho de 2025 pelo telescópio Atlas, operado no Chile com financiamento da NASA, o objeto foi o primeiro de origem interestelar a ser registrado com esse nível de detalhe. Sua trajetória peculiar indica que veio de outro ponto na nossa galáxia, diferente dos cometas convencionais, que orbitam o Sol de forma previsível. Com uma velocidade de aproximadamente 61 km por segundo, o cometa se aproxima do nosso sistema de forma única, e seu percurso sugere uma origem distante, possivelmente de um sistema estelar que se formou há bilhões de anos.

Algumas de suas propriedades, como o brilho intenso e a mudança de coloração de avermelhado para azul, levaram o astrofísico Avi Loeb, de Harvard, e diversos canais de comunicação e redes sociais a especular sobre uma possível origem artificial. Entre as personalidades que comentaram o assunto, Elon Musk e Kim Kardashian manifestaram seu fascínio e curiosidade, respectivamente, levantando debates na internet.

Porém, a maioria dos astrônomos, incluindo a NASA, reforça que todas as observações podem ser explicadas por processos naturais, como a desgaseificação — processo em que o calor do Sol faz o gelo do cometa se transformar em gás, criando jatos de poeira e aumentando sua luminosidade. Ainda assim, estudos indicam que o 3I/Atlas apresenta um nível elevado de atividade, com uma liberação considerável de poeira que reflete luz, tornando-o visível com maior intensidade à medida que se aproxima do Sol.

Nenhum elemento conclusivo foi encontrado até o momento que indique uma origem artificial; a composição química do corpo celeste revela uma presença significativa de carbono, gás e níquel, um elemento metálico comum em espaçonaves, o que reforça a hipótese de origem natural.

O cometa passou perto da Terra em outubro, tendo seu trajeto cruzado com o centro da Via Láctea, na direção de Sagitário. Após esse ponto de maior proximidade, ele se afastará e, em dezembro, passará a uma distância segura de aproximadamente 270 milhões de quilômetros, cerca do dobro da distância entre a Terra e o Sol, encerrando assim sua visita interestelar.

Apesar de todas as hipóteses, o cometa continua sendo uma oportunidade rara para os cientistas estudarem objetos de origem interestelar, dado que, até agora, apenas três desses corpos foram detectados. A expectativa é que, com o avanço de tecnologias e novos telescópios, como o Vera Rubin, seja possível identificar dezenas de outros objetos similares na próxima década, possibilitando uma compreensão mais aprofundada sobre sua formação e composição.

Enquanto isso, diversas sondas, incluindo o telescópio James Webb, acompanham o corpo celeste, coletando dados que podem esclarecer sua origem e composição química, incluindo níveis de dióxido de carbono, água congelada e metais como níquel. Ainda que algumas especulações sugiram uma origem artificial devido ao seu comportamento fora do comum, a maioria dos cientistas acredita que tudo pode ser explicado por processos naturais, como a desgaseificação e alterações químicas provocadas por radiações espaciais ao longo de bilhões de anos.

O futuro do estudo do 3I/Atlas inclui observações detalhadas na aproximação final, previstas para dezembro, quando ele atingirá seu ponto de maior proximidade com a Terra. Mesmo que o corpo deixe nosso sistema logo após, sua passagem reforça o potencial de novas descobertas sobre objetos interestelares, contribuindo para o entendimento da formação de estrelas e planetas em nossa galáxia.

Em suma, o cometa 3I/Atlas representa uma janela para o universo antigo, potencialmente revelando segredos de sistemas estelares que existiram bilhões de anos antes do nosso. As próximas décadas prometem ampliar nossos conhecimentos sobre esses viajantes interestelares e seu papel na história cósmica da Via Láctea.