Na última quarta-feira (12), uma família de Maceió deu a anuência para a doação de órgãos no Hospital Geral do Estado (HGE), possibilitando que dois rins fossem destinados a pacientes cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes.
Além disso, o Ministério da Saúde informa que ainda há 636 alagoanos na expectativa de receberem doações. A doação foi autorizada após a equipe médica do HGE declarar a morte encefálica de um homem de 67 anos.
Essa condição é confirmada por uma rigorosa série de exames clínicos, que verificam a ausência de reflexos cerebrais, um teste de apneia (que indica a ausência de respiração espontânea sob ventilação assistida), além de procedimentos complementares que atestam a ausência de circulação sanguínea cerebral e atividade neurológica.
Antes de chegar a esse diagnóstico, todas as tentativas para salvar o idoso foram realizadas pelos profissionais de saúde. Como esses esforços não tiveram sucesso, a possibilidade de doação de órgãos surgiu como uma esperança para salvar outras vidas. A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, destacou que, apesar do momento de dor, a família decidiu autorizar a doação, permitindo que os rins fossem utilizados em transplantes, beneficiando duas pessoas.
Cada decisão de uma família em autorizar a doação representa uma transformação da dor da perda em esperança de novos começos. No HGE, ao dizer “sim”, a família possibilita que outros pacientes, que aguardam na fila, tenham a chance de recuperar a saúde, recomeçar suas vidas, e sonhar novamente.
A enfermeira Luana Mayara, da Organização de Procura de Órgãos, reforça a importância de dialogar com as famílias sobre o tema. “Para doar, é fundamental que a própria pessoa declare sua vontade, pois isso traz mais tranquilidade no momento delicado de tomada de decisão. Além disso, essa escolha não interfere no atendimento médico que receberá, já que todos os cuidados continuam sendo rigorosos. A declaração de doador, no entanto, aumenta as chances de que homens, mulheres e crianças possam viver com mais qualidade”, explicou.
No estado de Alagoas, 595 indivíduos aguardam por uma córnea, 32 por um rim, oito por um fígado e uma pessoa por um coração, totalizando 636 moradores na lista de espera, conforme dados da Central de Transplantes.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) administra o programa Alagoas Transplanta, considerado um avanço importante na saúde pública estadual.
“Nosso programa garante que pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) realizem transplantes de coração, fígado e rins no Hospital do Coração Alagoano, com toda a logística e tratamento necessários.
Agradecemos profundamente às famílias de doadores por tornarem esses sonhos possíveis”, afirmou Gustavo Pontes de Miranda, Secretário de Estado da Saúde.