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Especial
13/11/2025 04:00:00

Sinais de rádio do cometa interestelar 3I/ATLAS reacendem discussão sobre sua origem cósmica

Descoberta de emissões de rádio pelo radiotelescópio MeerKAT sugere origem fora do Sistema Solar

Sinais de rádio do cometa interestelar 3I/ATLAS reacendem discussão sobre sua origem cósmica

Recentemente, sinais de rádio detectados do cometa 3I/ATLAS despertaram novas discussões entre astrônomos sobre sua proveniência cósmica. Essas ondas eletromagnéticas misteriosas foram captadas pelo radiotelescópio MeerKAT, localizado na África do Sul, e representam uma inovação na observação de corpos celestes interestelares.

No dia 21 de julho de 2025, a Nasa divulgou uma imagem do 3I/ATLAS, um objeto interestelar capturado pelo telescópio Hubble, que reforça seu status como o terceiro corpo fora do Sistema Solar a ser observado nesse nível de detalhe.

O cometa foi inicialmente detectado em 1º de julho daquele ano pelo sistema de monitoramento Rápido de Alertas de Impacto de Asteroides, no Chile. Classificado como interestelar devido à sua trajetória hiperbólica, o 3I/ATLAS não está sob a força gravitacional do Sol e não segue uma órbita circular ou elíptica comum aos corpos do nosso sistema.

Apesar de tentativas anteriores de captar sinais de rádio entre 20 e 28 de setembro, os resultados obtidos até então não tinham sido conclusivos. No entanto, os dados mais recentes se alinham com as expectativas dos pesquisadores.

A importância dessa descoberta reside na sua capacidade de fornecer uma espécie de 'impressão digital' do cometa, permitindo aos astrônomos analisar sua composição sem a necessidade de enviar sondas até ele.

Essa técnica, conhecida como radioastronomia, consiste na captura de ondas de rádio emitidas por corpos celestes, fornecendo informações sobre suas propriedades internas e ambientais.

A maioria dos objetos no espaço, incluindo os corpos do Sistema Solar, emite esses sinais de forma natural. Quando decodificados, eles revelam detalhes sobre elementos como gelo e minerais presentes no núcleo do cometa. No caso do 3I/ATLAS, as ondas de rádio detectadas indicam a presença de gelo, sugerindo que sua origem está em uma região extremamente fria da Via Láctea.

À medida que o cometa se aproximou do Sol, uma parte desse gelo sublimou-se, transformando-se diretamente de sólido para gás, o que também causou uma mudança perceptível na sua coloração — de tons azuis após o periélio. Em breve, o corpo passará a uma distância de cerca de 50 milhões de quilômetros de Júpiter, em março de 2026, possibilitando novas observações.

Estudos preliminares realizados pela Rede Internacional de Alerta de Impactos de Asteroides (IAWN) indicam que o 3I/ATLAS se originou em outro sistema estelar, sendo ejetado para o espaço por bilhões de anos antes de cruzar o caminho do nosso sistema solar. Essa evidência reforça a hipótese de que o cometa é um visitante interestelar, vindo de fora da nossa galáxia.

O avanço na captação de sinais de rádio de objetos como o 3I/ATLAS marca um marco na astronomia, pois pela primeira vez, cientistas conseguem analisar a composição de corpos de origem extrassolar através dessas ondas eletromagnéticas.

As futuras observações podem fornecer novas informações sobre a formação de sistemas estelares e a composição de objetos interestelares, ampliando nossa compreensão do universo.