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Educação
12/11/2025 12:00:00

UFAL e Fundação Palmares Expandem Colaboração para Valorizar Cultura Quilombola

Parcerias reforçam ações de preservação e reconhecimento da história afro-brasileira, além de promover pesquisas arqueológicas e culturais

UFAL e Fundação Palmares Expandem Colaboração para Valorizar Cultura Quilombola

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal), através do seu Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), está ampliando sua colaboração com a Fundação Cultural Palmares (FCP), promovendo iniciativas que promovem a valorização da cultura afro-brasileira, a preservação da memória dos quilombos e o combate ao racismo estrutural no Brasil.

Entre os projetos apoiados pela FCP, destaca-se a iniciativa '330 anos de Imortalidade dos Quilombos dos Palmares', vinculada às ações do Novembro Negro.

O objetivo é promover atividades culturais e celebrações em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro em Alagoas. A proposta busca estimular a reflexão crítica e o reconhecimento da importância histórica de Zumbi e dos quilombos do Palmares, além de fortalecer a identidade e expressão cultural afro-brasileira. Essas ações reforçam o papel da universidade pública como espaço de memória, resistência e transformação social.

Outra ação importante dessa parceria é a seleção de especialistas em cultura afro-brasileira, de diversas regiões e linguagens artísticas, para integrar a comissão avaliadora do edital ‘Sementes da Ancestralidade – Fomento à Cultura Afro-brasileira’.

Estes profissionais irão analisar propostas de projetos culturais, contribuindo para ampliar a visibilidade e o fortalecimento das manifestações artísticas negras em âmbito nacional.

A vice-coordenadora do Neabi, Rosa Correia, destacou a relevância dessa colaboração: "Quando a FCP convida os Neabis e a ABPN para atuarem como avaliadores do edital, temos um impacto significativo na luta social no Brasil.

Essa parceria fortalece os laços entre o governo e os ativistas negros e negras, representando um avanço político e social para esses grupos minoritários, ampliando seus espaços de voz e participação", afirmou, também ressaltando que essa iniciativa reforça a importância da participação social e da representatividade na formulação de políticas públicas voltadas à cultura.

A colaboração também abrange o projeto ‘Mapeamento e prospecção arqueológica dos locais de resistência quilombola durante a ocupação neerlandesa no Brasil’.

Conduzido pelo Núcleo de Arqueologia e pelo Neabi do Campus Sertão, o estudo busca aprofundar o conhecimento histórico e arqueológico sobre os territórios que compuseram o complexo de Palmares.

O objetivo é identificar a localização exata de mocambos e estruturas antigas, usando métodos arqueológicos que garantam a precisão da pesquisa, além de recuperar objetos do cotidiano dos quilombolas, contribuindo para novas interpretações sobre suas estratégias de resistência. Flávio Moraes, coordenador do projeto, comentou: "Estamos entusiasmados em retomar essa pesquisa, que marca o início de uma nova fase.

A Fundação Palmares demonstrou grande sensibilidade ao tema e está disposta a estabelecer parcerias. Esse projeto é multidisciplinar, envolvendo geógrafos, historiadores, cartógrafos e arqueólogos, todos colaborando para uma investigação aprofundada." O coordenador do Neabi, Danilo Luiz Marques, reforça a importância dessas ações na continuidade da integração entre a universidade e entidades dedicadas à cultura negra: "Pelo terceiro ano consecutivo, a Ufal e a Fundação Palmares coordenam a celebração do 20 de novembro na Serra da Barriga, incluindo programação ao longo do mês, com o apoio das secretarias estaduais de Cultura e Direitos Humanos e da Prefeitura de União dos Palmares.

Este ano, a celebração começou em 1º de novembro, com a entrega do título de Doutor Honoris Causa ao professor Zezito Araújo, fundamental na preservação da Serra da Barriga e na consolidação do Dia Nacional da Consciência Negra."

O destaque maior será no dia 20 de novembro, na Serra da Barriga, com a apresentação da cantora Rita Benedito e de grupos culturais de temática afro, além de atividades religiosas e apresentações de capoeira, fortalecendo a programação comemorativa.

Essas iniciativas reafirmam o comprometimento da Ufal com a promoção da diversidade, o reconhecimento das identidades afro-brasileiras e a implementação de políticas afirmativas, consolidando o papel da instituição na construção de uma sociedade mais justa, plural e livre do racismo.