Na terça-feira, o Ministério da Defesa da Venezuela anunciou o início de uma nova etapa do denominado “Plano Soberania 200”, que prevê uma ampla mobilização de forças militares, incluindo o deslocamento de tropas, sistemas de armamentos e equipamentos militares de diversas naturezas.
Segundo o comunicado oficial, essa ação faz parte de uma resposta do governo venezuelano a uma suposta “ameaça imperialista” oriunda de navios, aeronaves e tropas dos Estados Unidos situados no Mar do Caribe, além da aproximação do porta-aviões Gerald Ford — o maior do mundo.
A operação, que deve durar até quarta-feira, inclui a movimentação em larga escala de meios terrestres, aéreos, navais, fluviais e de unidades de mísseis, além de envolver a participação de órgãos de segurança cidadã e o comando de defesa do país, conforme divulgado pelo Ministério da Defesa.
A iniciativa visa aprimorar a coordenação, o comando e as comunicações militares, assegurando uma defesa integral do território nacional. Este movimento ocorre em um momento de escalada de tensões entre Caracas e Washington, que considera as manobras uma tentativa de mudança de regime.
Os Estados Unidos alegam que as ações militares têm como objetivo combater o tráfico de drogas na região e impedir a entrada de entorpecentes nos seus territórios.
Apesar do aumento da mobilização, uma equipe de reportagem da CNN em Caracas constatou que não há sinais visíveis de reforço adicional de tropas ou policiamento na capital venezuelana em comparação aos dias anteriores. Desde que Maduro ativou o “Plano Independência 200” em 2025, a estratégia tem envolvido as Forças Armadas, a Milícia Bolivariana e as forças policiais em diferentes regiões do país, buscando assegurar a soberania, a paz e a defesa abrangente, diante das crescentes tensões que se estendem há quase três meses.
A mobilização atual, envolvendo milhões de integrantes das forças de defesa, acontece num contexto de confrontos e ameaças mútuas, com Caracas afirmando que seus movimentos visam à proteção do território e à manutenção da estabilidade, enquanto acusa os Estados Unidos de tentarem forçar uma mudança de governo no país.
As ações militares venezuelanas continuam sob o esquema de “preparo operacional completo”, com exercícios em vários ambientes, reforçando a postura defensiva do regime.