Casa de Apoio ao Tratamento de Feridas Celebra Meio Ano de Operações com Mais de 1.600 Pacientes Atendidos

Completando meio ano de atividades, a Casa Fecha Feridas, um centro de suporte criado pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), alcançou resultados notáveis em seu período inicial.

Desde sua inauguração em abril de 2025, o ambulatório especializado atendeu mais de 1.600 indivíduos, oferecendo cuidados direcionados ao tratamento de feridas, úlceras varicosas e feridas de pé diabético. Essa unidade é pioneira na rede pública de Alagoas ao integrar assistência, inovação clínica e tecnologia de ponta. Situada na Rua Aminadab Valente, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, a estrutura disponibiliza consultas médicas e de enfermagem, pequenos procedimentos, curativos complexos, exames com doppler colorido, desbridamentos ambulatoriais e aplicações de escleroterapia.

Além disso, conta com serviços de telessaúde e produção de palmilhas através de impressões 3D. Guilherme Pitta, que lidera a equipe médica e é responsável pela coordenação clínica, frisa que o projeto tem uma finalidade que vai além do tratamento: promover dignidade e autonomia para os pacientes ao combinar cuidado e tecnologia, contribuindo para a redução de complicações e internações hospitalares.

“Cada atendimento representa uma oportunidade de devolver autonomia e esperança às pessoas”, destaca. O gestor administrativo, Matheus Bittencourt Cardozo, reforça que a iniciativa marca uma evolução significativa na integração entre assistência e ensino na região. “Este projeto é o resultado de um esforço coletivo envolvendo a Uncisal e a comunidade acadêmica.

Em apenas seis meses, a Casa Fecha Feridas se consolidou como um espaço de aprendizado prático, inovação e acolhimento tanto para os pacientes quanto para os estudantes”, ressaltou.

Dados indicam que a maior parte dos pacientes, aproximadamente 86%, reside em Maceió, enquanto cerca de 13% vem de diferentes regiões do interior do estado, conforme registros internos. A equipe multidisciplinar inclui profissionais das áreas médica, de enfermagem, pesquisa, ensino e apoio administrativo.

A unidade também recebe regularmente estudantes de diferentes cursos da Uncisal para atividades supervisionadas. Outro destaque da instituição é sua atuação nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Entre os projetos em andamento estão o “Além da Superfície”, coordenado por Maria Cristina Magano, e uma pós-graduação voltada a médicos do sistema público municipal.

A unidade também realiza treinamentos para a Secretaria de Saúde de Maceió, capacitando equipes de unidades de referência no manejo de feridas. Adicionalmente, a sala de telessaúde, inspirada na dissertação de mestrado do próprio gestor, foi equipada para realizar teleconsultas e teleaulas, com planos para ampliar esses serviços em 2026, incluindo telepsicologia, telenutrição e suporte médico remoto às unidades básicas de saúde tanto em Maceió quanto nas regiões interiores.

Projetos planejados para o próximo ano incluem a instalação de uma Câmara Hiperbárica, que trata feridas complexas por oxigenoterapia, e o lançamento do Projeto Casa Rosada, uma oficina de fabricação de órteses e próteses de baixo custo.

Essa iniciativa visa produzir até 100 dispositivos anuais, com custos até 80% inferiores ao mercado, beneficiando pessoas com deficiência física e promovendo inclusão social. Segundo Aldemar Araújo Castro, professor responsável por Ensino, Pesquisa e Extensão, a Casa Fecha Feridas desempenha um papel estratégico na universidade.

“Ela funciona como um ambiente de inovação e prática, aproximando a academia das necessidades reais da população. Nossos estudantes aprendem na prática, enquanto nossos pacientes recebem cuidados de qualidade fundamentados em conhecimento atualizado”, afirmou.

Após seis meses de atuação, a unidade já é reconhecida como um espaço de cuidado integral, aprendizado e impacto social. Os gestores planejam ampliar a equipe multiprofissional e fortalecer as parcerias com as secretarias estadual e municipal de saúde para ampliar os atendimentos e desenvolver novos projetos no próximo ciclo.