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Economia
09/11/2025 03:00:00

Declínio de 35% nas Exportações de Alagoas em Outubro é Atribuído a Tarifas Americanas

Dados do Ministério do Desenvolvimento indicam forte queda nas vendas para os Estados Unidos, afetando o saldo comercial estadual

Declínio de 35% nas Exportações de Alagoas em Outubro é Atribuído a Tarifas Americanas

No mês de outubro, as transações de produtos alagoanos com o mercado externo sofreram um recuo de 35%, refletindo o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos às mercadorias brasileiras, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Após um período de alta de 25,7% em setembro, impulsionado pelas tarifas americanas, as exportações de Alagoas tiveram uma significativa redução, atingindo US$ 53,5 milhões (equivalente a R$ 285,5 milhões na cotação atual). Enquanto isso, as importações tiveram um aumento de 18,7%, totalizando US$ 110,6 milhões (R$ 590,2 milhões).

O desempenho negativo nas exportações foi principalmente causado pela drástica diminuição nas vendas para os Estados Unidos, que registraram uma queda de 98,9%. Na prática, isso representa uma redução de US$ 9,4 milhões em comparação ao mesmo período de 2024.

Consequentemente, o saldo comercial do Estado apresentou um déficit de US$ 57,1 milhões (R$ 304,7 milhões).

Na soma do acumulado do ano, as exportações alagoanas somaram US$ 646,2 milhões, uma retração de 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações saltaram 28,1%, totalizando US$ 896,9 milhões. Essa combinação resultou em um déficit de US$ 250,8 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão).

Em relação aos principais destinos das exportações, Singapura, que no mês passado liderava as compras de produtos alagoanos, caiu para a segunda colocação, adquirindo 46,5% de tudo o que foi exportado por Alagoas, o que equivale a US$ 24,9 milhões — um aumento de 34,7% comparado ao mesmo período do ano anterior. O Canadá, por sua vez, assumiu a primeira posição, com 47,4% ou US$ 25,4 milhões.

Apesar do impacto das tarifas americanas, a diversificação das vendas brasileiras para a Ásia e Europa ajudou a mitigar os efeitos negativos do tarifamento dos Estados Unidos, que ocorreu três meses após a retaliação comercial promovida pelo governo de Donald Trump. No total, as vendas externas do Brasil cresceram 9,1% em outubro, atingindo um recorde mensal desde o início da série histórica em 1989.

Esse crescimento, no entanto, ocorreu apesar de uma queda expressiva de 37,9% nas exportações para os EUA, destacando a importância da diversificação de destinos.

Os números mostram que, no mês passado, o país exportou US$ 31,97 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 25,01 bilhões, resultando em um superávit de US$ 6,96 bilhões.

O impacto da tarifa americana foi sentido principalmente na diminuição de 24,1% nas vendas para a América do Norte, a única região a experimentar uma redução. Essa queda foi motivada sobretudo por uma diminuição de 82,6% na exportação de petróleo, o que equivale a uma perda de US$ 500 milhões. Além disso, houve retrações em setores como celulose (43,9%), combustíveis líquidos (37,7%) e aeronaves e componentes (19,8%).

Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, observou que produtos que não sofreram tarifas, como óleo combustível e celulose, também apresentaram quedas, refletindo o impacto geral da retração nas exportações.