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Mundo
08/11/2025 02:00:00

Nave de Malta resgatada após invasão por piratas na costa somali

Tripulação de 24 pessoas está segura após operação da marinha europeia

Nave de Malta resgatada após invasão por piratas na costa somali

Na última sexta-feira, uma embarcação de bandeira maltês, que havia sido alvo de um ataque pirata na área marítima próxima à Somália, foi recuperada por uma força naval da União Europeia.

Todos os 24 integrantes da tripulação escaparam ilesos após o incidente, que reacendeu preocupações acerca da atividade pirata na região. A ação ocorreu quando o navio-tanque Hellas Aphrodite, transportando gasolina da Índia para a África do Sul, foi interceptado por piratas.

A operação de resgate foi concluída com sucesso quando a fragata espanhola ESPS Victoria se aproximou do navio sob ataque. Forças especiais desembarcaram do navio de guerra e libertaram os tripulantes, que estavam refugiados na cabina do navio desde o começo do assalto, na quinta-feira passada, conforme divulgado pela coalizão anti-pirataria da UE, Operação Atalanta.

De acordo com a Operação Atalanta, a demonstração de força por parte do ESPS Victoria foi suficiente para dispersar os atacantes, que decidiram recuar ao perceberem a presença militar mais robusta. A operação também contou com o apoio de um helicóptero, um drone e uma aeronave adicional que auxiliaram na operação.

A avaliação do risco na área permanece como prioridade máxima, alertou a própria Operação Atalanta, que destacou que o navio e os piratas continuam na região. Uma operação coordenada está em andamento para localizar e interceptar o barco suspeito utilizado na agressão. A empresa de segurança privada Diaplous Group afirmou que o ESPS Victoria permaneceria na área até que o Hellas Aphrodite conseguisse reiniciar seus motores e seguir viagem.

Durante o ataque, piratas dispararam armas de fogo automáticas e granadas de foguete contra o petroleiro. Dados de rastreamento indicaram que, na sexta-feira, o navio se encontrava a mais de 1.000 km da costa somali, enquanto o centro britânico UKMTO (United Kingdom Maritime Trade Operations) alertava sobre um novo episódio na mesma região.

Segundo o UKMTO, uma embarcação com três tripulantes, associada ao mesmo grupo pirata do incidente, tentou se aproximar de outra embarcação, que conseguiu evitar o contato. Este episódio segue o ataque ao navio de carga Stolt Sagaland, registrado na segunda-feira passada, com bandeira das Ilhas Caimão, envolvendo troca de tiros entre a equipe de segurança armada e os piratas, conforme informações da força marítima da UE.

Outros incidentes ligados ao mesmo grupo de piratas, que supostamente opera a partir de um barco de pesca iraniano apreendido anteriormente, também foram reportados na região.

A pirataria na costa da Somália atingiu seu auge em 2011, com 237 ataques documentados, causando prejuízos de aproximadamente 7 bilhões de dólares à economia global na época.

Ainda assim, pagamentos de resgate chegaram a 160 milhões de dólares, o equivalente a 138 milhões de euros. O número de ataques diminuiu consideravelmente devido às patrulhas internacionais, ao fortalecimento do governo somali e a outros esforços de combate.

Contudo, a atividade pirata voltou a se intensificar no último ano, impulsionada pela instabilidade na região, incluindo ações dos rebeldes Houthi no Iêmen e o conflito entre Israel e Hamas em Gaza. Até o momento, em 2025, sete incidentes foram registrados na área marítima próxima à Somália, segundo dados do Gabinete Marítimo Internacional.

Apesar de alguns barcos de pesca terem sido capturados por piratas neste período, o ataque ao Hellas Aphrodite é o primeiro a atingir uma embarcação comercial desde maio do ano passado, sinalizando uma retomada da atividade hostil na região.