O Brasil caminha para um salário mínimo equivalente a US$ 302, enquanto Uruguai e Costa Rica ultrapassam os US$ 500 mensais. A definição dos pisos salariais segue diferentes critérios em cada país, variando entre negociações tripartites, leis nacionais e ajustes automáticos vinculados à inflação e ao crescimento econômico.
No Brasil, a proposta do governo prevê que o salário mínimo suba dos atuais R$ 1.518 (cerca de US$ 281,8) para R$ 1.631 (US$ 302) em 2026, conforme o Projeto de Lei Orçamentária enviado ao Congresso. O valor final, porém, só será confirmado em dezembro, após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro, base do cálculo oficial. Desde 2024, a política de reajuste prevê aumento real com base na inflação e no crescimento do PIB, limitada a um teto de 2,5% acima da inflação até 2030. O salário mínimo serve como referência para benefícios, pensões e reajustes de cerca de 59,9 milhões de brasileiros, segundo o Dieese.
Na Colômbia, as negociações começam na primeira semana de novembro, conduzidas pela Comissão Permanente de Coordenação de Políticas Salariais e Trabalhistas, com participação do governo, sindicatos e empresários. O valor é definido levando em conta inflação projetada, produtividade, participação dos salários na renda nacional e o PIB. O salário mínimo atual é de COP$ 1.423.500 (US$ 367), após alta de 9,54%.
Na Argentina, o governo decretou aumentos escalonados do Salário Mínimo Vital e Móvel, que chegou a ARS$ 322.000 (cerca de US$ 220) em agosto de 2025. Sem acordo entre sindicatos e setor empresarial, o Executivo determinou o reajuste por decreto. O valor impacta benefícios sociais como o Subsídio Universal para Crianças e programas de emprego.
No Chile, o Congresso aprovou um aumento da Renda Mínima Mensal de CLP$ 510.000 para CLP$ 529.000 (de US$ 541 para US$ 561) em maio, e novo reajuste para CLP$ 539.000 (US$ 611) a partir de janeiro de 2026. O processo é conduzido por projeto de lei enviado pelo presidente, com debate no Parlamento e participação de sindicatos e empresários.
No México, a definição do salário mínimo cabe à Comissão Nacional de Salário Mínimo (Conasami), que reúne governo, empregadores e trabalhadores. Os valores consideram a economia, custo de vida e impacto sobre o emprego. Há pisos diferentes por região e categoria profissional. O salário mínimo geral foi elevado para MXN$ 278,80 por dia em 2025 (US$ 15), e deve chegar a MXN$ 310 por dia (US$ 16,7) em 2026, um aumento de 12%.
No Peru, o novo salário mínimo será definido em meio à transição política após a destituição da presidente Dina Boluarte. A decisão cabe ao Ministério do Trabalho e Promoção do Emprego, com participação de sindicatos e associações empresariais. O valor atual é de S/1.130, equivalente a US$ 332.
Entre os países latino-americanos, os salários mínimos mais altos estão no Uruguai e na Costa Rica. No Uruguai, os valores são definidos por Conselhos Salariais, formados por sindicatos, empregadores e governo. Em janeiro, o piso subiu 6%, chegando a UYU$ 23.604 (US$ 591). Já na Costa Rica, o Conselho Nacional de Salários (CNS) atualiza anualmente os valores; o mínimo atual é de CRC$ 367.108,55 (US$ 731) para trabalhadores não qualificados. O novo reajuste de 1,63% para 2026 entrará em vigor em 1º de janeiro e será obrigatório para todo o setor privado.