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Saúde
06/11/2025 11:00:00

Despedida da renomada atriz Diane Ladd acende discussão sobre uma doença pulmonar rara

A artista, indicada três vezes ao Oscar, lutava contra a Fibrose Pulmonar Idiopática, condição incurável que compromete os pulmões e a respiração

Despedida da renomada atriz Diane Ladd acende discussão sobre uma doença pulmonar rara

A trágica perda da atriz veterana Diane Ladd, que conquistou indicações ao prêmio da Academia três vezes, trouxe à tona a atenção para uma enfermidade incomum e sem cura: a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI).

Diagnosticada em 2018, a doença que afeta os pulmões foi o motivo das complicações que a artista enfrentou nos últimos anos. Embora a causa exata da sua morte ainda não tenha sido oficialmente revelada, a imprensa internacional revelou que Ladd vinha sofrendo de complicações relacionadas à FPI, uma condição que progride de forma gradual, dificultando a respiração e levando a sérias dificuldades respiratórias.

A Fibrose Pulmonar Idiopática é uma enfermidade crônica e rara que promove o endurecimento e a formação de cicatrizes no tecido pulmonar, prejudicando a capacidade de respirar adequadamente.

Especialistas explicam que o problema afeta sobretudo indivíduos com mais de 50 anos, sendo mais comum na faixa entre 60 e 70 anos. António Morais, pneumologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), destaca que a doença pode resultar em incapacidade de esforço físico, limitação da autonomia, insuficiência respiratória em estágios avançados e até óbito.

Ele reforça que o diagnóstico precoce é vital, permitindo iniciar o tratamento adequado enquanto a função respiratória ainda está minimamente comprometida, o que pode retardar a evolução da enfermidade e melhorar a qualidade de vida do paciente.

De acordo com a SPP, sintomas como dificuldade de respirar durante esforços físicos, tosse seca persistente, fadiga e fraqueza sem causa aparente, além de perda de apetite e peso, frequentemente são confundidos com sinais de outras doenças respiratórias, dificultando um diagnóstico definitivo.

Isabel Saraiva, presidente da Associação Respira, enfatiza a importância de reconhecer cedo os primeiros sinais, afirmando que detectar a FPI precocemente pode determinar a diferença entre viver alguns anos com qualidade ou poucos anos com limitações severas.

Apesar de não possuir cura, o tratamento direcionado pode desacelerar o avanço da doença e proporcionar maior conforto aos pacientes. Os fatores que contribuem para o desenvolvimento da FPI ainda permanecem pouco esclarecidos, porém, acredita-se que aspectos genéticos, envelhecimento e exposição a poluentes ambientais possam desempenhar papel na manifestação da enfermidade.

Este quadro, que tende a se agravar progressivamente, é o responsável pelas dificuldades respiratórias severas que podem surgir, além de comprometer a autonomia do indivíduo, levando a limitações na rotina diária e ao risco de óbito em casos avançados.