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Guerra
06/11/2025 04:00:00

Sobrevivente de Gaza denuncia abuso sexual durante cativeiro

Refém israelense relata agressões humilhantes e violações na prisão palestina

Sobrevivente de Gaza denuncia abuso sexual durante cativeiro

Um ex-prisioneiro israelense revelou ter sido vítima de atos sexuais horríveis e degradantes enquanto permanecia em cativeiro na Faixa de Gaza.

Rom Braslavski, que foi um dos últimos vinte reféns libertados no mês passado, após mais de dois anos de cárcere, contou sua experiência à CNN, descrevendo o episódio em detalhes.

Ele foi sequestrado durante o festival de música Nova em 7 de outubro, enquanto trabalhava como segurança. Durante entrevista ao programa 'Hazinor' do Canal 13, Braslavski afirmou que foi despido, amarrado e mantido em cárcere por integrantes do grupo militante palestino Jihad Islâmica Palestina, aliado ao Hamas, responsável pelo sequestro.

Ele destacou que, ao ser capturado, foi totalmente despido, inclusive de suas roupas íntimas, ficando completamente nu, exausto e faminto. Em sua narrativa, ele relata ter orado a Deus pedindo por salvação, questionando o que estaria acontecendo.

O ex-refém afirmou categoricamente que se tratava de uma agressão sexual, descrevendo o ato como uma tentativa de humilhá-lo e destruir sua dignidade. Braslavski explicou que o principal objetivo da violência era envergonhá-lo, e afirmou que essa ação foi uma violação sexual que o deixou profundamente abalado.

Em sua declaração, ele afirmou que é difícil falar sobre essa parte de sua experiência, pois não gosta de rememorar esses momentos. Ele também revelou que, na época do cativeiro, sua condição física se deteriorou a ponto de seus familiares não o reconhecerem mais.

Sua mãe revelou à mídia israelense que ele teria sido coagido a se converter ao islamismo em troca de alimentação. Braslavski descreveu o abuso sexual como uma experiência horrível e ressaltou que orava diariamente para que tudo terminasse.

O ex-refém contou que, ao acordar todas as manhãs, se via preso em um ciclo de sofrimento, sentindo como se estivesse em um inferno constante, e afirmou que a situação parecia interminável.

Além de Braslavski, outros reféns israelenses também relataram sofrer violência ou maus-tratos sexuais durante seu cativeiro sob o controle do Hamas, embora as autoridades do grupo tenham negado essas alegações repetidamente.

Até o momento, somente mulheres reféns haviam vindo a público com denúncias semelhantes. Uma delas foi Amit Soussana, libertada após quase dois meses de sequestro, que afirmou ter sido forçada a manter relações sexuais sob ameaça de arma por um guarda do Hamas.

De acordo com um relatório do Projeto Dinal, várias ex-reféns relataram abusos sexuais ou testemunharam esses atos durante o período de cativeiro.

A representante especial da ONU para Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, também divulgou no ano passado um documento que aponta evidências convincentes de que reféns em Gaza foram submetidos a abusos sexuais, reforçando os relatos de vítimas e testemunhas.