Com a confirmação de mais 43 óbitos, o total de mortos no Haiti devido à passagem do furacão Melissa atingiu essa marca nesta terça-feira (4), elevando o balanço de vítimas no Caribe para 76, em meio a uma das tempestades mais severas do século na região.
O fenômeno climático causou destruição generalizada na Jamaica, além de provocar enchentes em áreas do Haiti e de Cuba ao longo de vários dias de intensas chuvas.
Na Jamaica, o furacão foi responsável por pelo menos 32 óbitos, embora o governo local tenha informado que o número deve ser atualizado para um valor maior. Segundo uma nota enviada pela Defesa Civil haitiana à agência AFP, além das 43 mortes, há ainda 13 pessoas desaparecidas no país.
As autoridades de Haiti decretaram luto nacional por três dias em respeito às vítimas. Na última domingo, 2 de novembro, os Estados Unidos anunciaram uma missão de assistência humanitária no valor de US$ 3 milhões (equivalente a mais de R$ 16 milhões) destinada às regiões afetadas na ilha de Cuba.
O governo americano afirmou que está colaborando com a Igreja Católica para coordenar a distribuição dessa ajuda, divulgou o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental via rede social X. Historicamente, essa instituição religiosa tem atuado como mediadora nos conflitos entre Cuba e os EUA.
Além das doações americanas, a Venezuela, o México e entidades da ONU também enviaram recursos de ajuda ao país caribenho. Até o momento, o regime cubano, que evacuou de forma preventiva mais de 700 mil habitantes, não reportou qualquer vítima fatal.
No entanto, várias regiões do leste da ilha sofreram danos expressivos, incluindo desabamentos de moradias, interrupções no fornecimento de energia elétrica e perdas agrícolas significativas. A resposta de Washington foi recebida com críticas pelo governo cubano.
Roberto Morales Ojeda, integrante do Partido Comunista de Cuba, declarou que, se o governo dos EUA realmente quisesse ajudar, deveria cancelar o bloqueio econômico e retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, uma classificação que considera injusta.
No sábado, 1º de novembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo por uma mobilização urgente de recursos para combater os impactos do furacão, conforme divulgado por seu porta-voz.
Em outros países do Caribe, as equipes de ajuda dos EUA continuam a distribuir recursos às comunidades afetadas na República Dominicana, Bahamas, Haiti e Jamaica, enquanto a região enfrenta os efeitos de uma tempestade que deixou um rastro de destruição e perdas humanas.