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Acidente
04/11/2025 00:00:00

Relatório independente alerta para risco de desabamento em Flexais, Maceió, e recomenda evacuação urgente

Estudo aponta vulnerabilidade geológica na comunidade de Bebedouro, provocando debates entre órgãos técnicos e autoridades locais

Relatório independente alerta para risco de desabamento em Flexais, Maceió, e recomenda evacuação urgente

Um relatório técnico elaborado por especialistas brasileiros e alemães reacende a discussão sobre os perigos geológicos que ameaçam Maceió. Contratado pela Defensoria Pública de Alagoas, o documento traz uma avaliação séria: a área dos Flexais, localizada no bairro Bebedouro, deve ser classificada como Zona 00, indicando alto risco e necessidade de evacuação imediata.

O estudo revela que a região apresenta deslocamentos verticais e horizontais que evidenciam uma vulnerabilidade geotécnica considerável. Partes do território estão situadas sobre solos frágeis e próximos à Lagoa Mundaú, enquanto áreas elevadas sofrem processos de erosão e movimentos de massa.

A combinação dessas condições, agravada pelas minas de sal exploradas pela Braskem na região, representa uma ameaça real às residências locais. Os autores afirmam: "Os Flexais devem ser evacuados e classificados como zona de risco máximo". Na resposta enviada ao Ministério Público Federal (MPF), os pesquisadores detalham que os dados foram coletados por tecnologias avançadas, como interferometria por radar (InSAR) e medições geodésicas via DGNSS.

O levantamento foi conduzido por uma equipe multidisciplinar com expertise em engenharia geológica, sensoriamento remoto e análises de subsidência, reforçando que o fenômeno de afundamento em Maceió "permanece ativo e sem sinais evidentes de estabilização". Apesar disso, a postura de alguns órgãos federais técnicos tem causado apreensão entre especialistas e membros da Defensoria Pública.

Há uma percepção de que algumas instituições tentam desacreditar o relatório independente, que é o único a não possuir vínculos contratuais com a Braskem. Essa suspeita se intensifica diante da baixa transparência de notas técnicas anteriores, como a nota 04, que apontava falhas graves e acabou não sendo divulgada.

O estudo também recomenda reforçar o monitoramento geotécnico na região, utilizando tecnologias mais precisas, como fissurômetros em áreas danificadas. Além disso, sugere a elaboração de um mapa detalhado que indique os níveis de danos por residência, facilitando a compreensão da extensão da subsidência e ajudando na formulação de políticas públicas mais eficazes.

A conclusão dos pesquisadores é clara: o risco em Maceió não se limita às zonas já evacuadas. Novas áreas, como os Flexais, continuam na linha de fogo, sujeitas a movimentos do solo potencialmente destrutivos.

Agora, o alerta foi feito, mas o que resta é aguardar as ações das autoridades diante de um diagnóstico que desafia os discursos oficiais e evidencia a necessidade de medidas concretas para salvar vidas.