Uma criança de 7 anos com transtorno do espectro autista foi vítima de violência por parte de uma terapeuta ocupacional durante uma sessão realizada em uma clínica de reabilitação em Maceió. O incidente veio à tona após a mãe do garoto, ao visualizar as imagens captadas por câmeras de segurança, perceber que a profissional puxava os cabelos do menino repetidamente enquanto ele clamava por socorro.
Segundo o relato da mãe, o menino, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) suporte 2, retornou da terapia dizendo que a 'tia' havia sido agressiva com ele. Ela descreveu que o garoto explicou: 'Ela puxou meus cabelos várias vezes e chorei muito'.
Na manhã seguinte, a mãe solicitou à administração da clínica acesso às gravações da sala de atendimento. No dia 19 de setembro, acompanhada por uma psicóloga, ela assistiu a um vídeo de aproximadamente seis minutos que mostrava claramente as agressões ocorridas.
Ela relatou: 'Ele tentava sair da sala e ela puxava seus cabelos de um lado, soltava e puxava do outro. Foram várias ações assim. Ele gritava: socorre, me ajuda'. A mãe afirmou que ouviu os gritos no dia do episódio, mesmo tendo recebido a informação da recepcionista de que a terapeuta tinha puxado os cabelos do menino, mas que a situação já teria sido resolvida.
Após o ocorrido, a terapeuta foi afastada imediatamente da clínica. A mãe registrou denúncia formal por e-mail junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) e também fez um boletim de ocorrência na Polícia Civil. A investigação está sob responsabilidade da Delegacia da Criança e do Adolescente.
As provas, incluindo as imagens que evidenciam a violência, já foram entregues às autoridades responsáveis pela apuração do caso. A criança, afetada emocionalmente, começou a relatar pesadelos e apresentou retrocessos na escola.
Além disso, foi necessário elaborar um novo plano terapêutico para tentar reconstruir sua confiança na clínica, na qual ele é atendido há quase três anos, e com os profissionais envolvidos, para que ele possa se sentir seguro e retomar o tratamento, essencial para o seu desenvolvimento. A mãe enfrentou mais de uma semana sem dormir e foi afastada do trabalho devido ao estresse pós-traumático.
Na última sexta-feira (31), a mãe do menino compareceu à sede da OAB/AL, em Jacarecica, acompanhada do advogado Marcelo Madeiro, para relatar o episódio.
Segundo o presidente da seccional, Vagner Paes, a Ordem está empenhada no acompanhamento do caso e na cobrança das providências legais cabíveis.
Vagner Paes declarou: 'Não permitiremos que situações como essa se repitam, e tomaremos todas as medidas necessárias para que os responsáveis sejam devidamente punidos, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório'.
O advogado Marcelo Madeiro agradeceu o apoio da OAB/AL na busca por agilidade na resolução da denúncia, complementando: 'Solicitamos à instituição que sempre nos acolheu de portas abertas que nos auxilie para acelerar os procedimentos na delegacia, no Ministério Público e nas demais autoridades encarregadas'.