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03/11/2025 12:00:00

Impacto Psicológico e Social da Psoríase: Entenda a Doença no Dia Mundial

Especialistas destacam a importância do suporte emocional para quem enfrenta a condição cutânea

Impacto Psicológico e Social da Psoríase: Entenda a Doença no Dia Mundial

Neste 29 de outubro, comemorado como o Dia Mundial da Psoríase, profissionais e pacientes reforçam a necessidade de atenção aos efeitos emocionais causados por essa enfermidade. Além dos sinais visíveis na pele, que incluem manchas avermelhadas, descamação e possíveis alterações nos órgãos internos e articulações, a doença pode provocar um impacto psicológico significativo.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 3% da população global apresenta sintomas associados à psoríase. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) esclarece que essa condição é de origem crônica, não contagiosa e que sua manifestação resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e emocionais.

A especialista Karin Lopes, psicóloga da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), explica que o estresse é um desencadeador comum e também um agravante da doença. Ele atua ao aumentar a liberação de cortisol, promovendo inflamações e desregulando as células de defesa do corpo, que atacam a própria pele.

As lesões, caracterizadas por áreas vermelhas que descamam, surgem de um processo autoinflamatório. Essa aparência muitas vezes leva os pacientes a se isolarem socialmente por medo de julgamentos ou preconceitos, já que muitos confundem a condição com doenças transmissíveis. Como consequência, a autoestima é prejudicada e o isolamento social se intensifica.

Além dos efeitos na pele, a psoríase pode atingir as articulações, provocando artrite psoriática, que afeta até 30% dos casos. A enfermidade também está associada a outras condições de saúde, como doenças cardíacas, distúrbios metabólicos, problemas gastrointestinais e transtornos do humor, que comprometem a qualidade de vida do indivíduo.

A especialista destaca que a aparência descamativa pode aumentar a tendência ao isolamento e, para quem já sofre de transtornos psicológicos, há um risco maior de desenvolver depressão ou outros distúrbios. A importância da informação adequada é reforçada pela psicóloga, que afirma que o estado emocional influencia diretamente na gravidade da psoríase e na possibilidade de desenvolver transtornos de humor.

Para isso, é fundamental que a sociedade compreenda que a psoríase não é contagiosa, e que o contato com pacientes não deve ser evitado, pois o suporte emocional é crucial. Karin Lopes finaliza ressaltando que a melhor estratégia de enfrentamento consiste em informar a população sobre a natureza da doença, promovendo acolhimento e empatia, fatores que ajudam na melhora do bem-estar dos pacientes.

No Brasil, estima-se que cerca de 1,31% da população conviva com a psoríase, o que corresponde a mais de cinco milhões de pessoas, segundo a Psoríase Brasil, associação que reúne especialistas em doenças de pele. Na Fundação Alfredo da Matta, localizada na capital do Amazonas, o número de diagnósticos entre 2000 e 2024 chegou a 6.765 pacientes, com 490 registros em 2023 e 504 em 2024.

Esses indivíduos realizam acompanhamento regular e recebem tratamentos contínuos. Embora não exista cura definitiva, a psoríase pode ser controlada com tratamentos eficazes e gratuitos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando bem gerenciada, a doença pode apresentar períodos de melhora, com diminuição ou desaparecimento dos sintomas, desde que sejam mantidas as visitas periódicas ao especialista. Os sinais clínicos variam conforme a gravidade e a apresentação de cada paciente.

Entre os sintomas mais comuns estão manchas vermelhas com escamas secas, brancas ou prateadas, além de unhas espessas, deformadas, amareladas, com sulcos ou depressões, que podem se desprender ou apresentar alterações em sua estrutura. A pele pode ficar ressecada, rachada, às vezes com sangramento, acompanhada de desconforto, queimação ou dor.

Em casos avançados, há deformidade e destruição das articulações, podendo evoluir para incapacidades. A recomendação é procurar um dermatologista especializado para uma avaliação precisa, diagnóstico adequado e definição do tratamento mais eficiente. Atualmente, diversas opções terapêuticas estão disponíveis, incluindo medicamentos tópicos, fototerapia, medicações sistêmicas clássicas e biológicas.

Na Fuham, toda essa gama de tratamentos é oferecida gratuitamente pelo SUS, com acompanhamento médico e psicológico contínuo. Para uma melhora na qualidade de vida, é essencial que o paciente adote hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas, uma alimentação equilibrada, hidratação da pele e o cumprimento rigoroso das orientações médicas.

Além disso, o suporte psicológico pode ser necessário em alguns casos, e nunca se deve interromper o tratamento sem autorização médica.