Duas consultas públicas permanecem abertas até o dia 11 de novembro, oferecendo à população a oportunidade de manifestar opiniões acerca da incorporação de novas vacinas contra o pneumococo na rede pública de imunizações.
Essa bactéria está relacionada a doenças graves, como meningite meningocócica. Os grupos mais vulneráveis às infecções envolvem crianças menores de cinco anos e adultos com condições clínicas que comprometem o sistema imunológico, incluindo diabetes, câncer e HIV. Indivíduos transplantados também fazem parte desse grupo de risco.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil figura entre os 15 países com maior incidência de infecções causadas pelo pneumococo, que representam a maior causa de mortalidade infantil evitável por vacinação.
No país, o pneumococo é o agente principal na ocorrência de meningite bacteriana, uma condição que frequentemente leva ao hospital, apresentando uma taxa de letalidade de 30% e risco de sequelas neurológicas graves, como dificuldades motoras, perda auditiva e paralisia cerebral.
Nos pacientes com câncer, as infecções bacterianas, particularmente a pneumonia, representam a principal causa de óbito, especialmente em casos de leucemias agudas. Pessoas infectadas pelo HIV são até 25 vezes mais suscetíveis a desenvolver pneumonia, sobretudo quando a infecção é causada por uma bactéria.
A primeira consulta, identificada como Processo 87/2025, discute a inclusão de uma vacina pneumocócica mais abrangente no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para crianças até cinco anos, visando ampliar a proteção contra os principais sorotipos do Brasil.
Essa vacina, uma conjugada 10-valente, já é disponibilizada na rede pública há 15 anos e protege contra dez tipos de pneumococo. Atualmente, estão em avaliação três versões diferentes: 13-valente, 15-valente e 20-valente.
A segunda consulta, Processo 85/2025, propõe a introdução da vacina 20-valente em dose única para indivíduos com cinco anos ou mais, classificados em 19 grupos populacionais de risco elevado para infecções pneumocócicas.
Hoje, a proteção contra doenças causadas pelo pneumococo é oferecida a oito grupos especiais, que recebem um esquema que combina uma dose da vacina conjugada 13-valente e duas doses da vacina polissacarídica 23-valente.
Outros 11 grupos recebem duas doses da vacina 23-valente, com intervalos de cinco anos entre as aplicações.
Para participar das consultas públicas, basta acessar a plataforma Brasil Participativo, mantida pelo governo federal.