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Acidente
03/11/2025 04:00:00

Irã assegura reversão de instalações nucleares atingidas por ataques internacionais

Líder iraniano afirma que os locais destruídos serão reconstruídos, desafiando ameaças de retaliações dos EUA

Irã assegura reversão de instalações nucleares atingidas por ataques internacionais

O chefe de Estado iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou neste domingo (2/11) que o país planeja erguer novamente as estruturas nucleares que sofreram danos em ataques coordenados pelos Estados Unidos e Israel em junho passado.

A manifestação representa uma resposta direta às advertências do presidente norte-americano Donald Trump, que havia ameaçado realizar novos bombardeios caso Teerã tentasse consertar as instalações atacadas, incluindo o centro de enriquecimento de urânio em Natanz e a planta nuclear de Isfahan.

O programa nuclear do Irã tem sido alvo de tensões constantes com o Ocidente há mais de vinte anos, especialmente após a revelação de instalações clandestinas de enriquecimento de urânio. Em abril, o país enriqueceu urânio a uma pureza de 83%, nível que excede as necessidades civis, embora ainda abaixo do necessário para armas nucleares.

Em maio, Teerã expulsou inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o que aumentou a preocupação internacional e levou a ameaças de sanções por parte de Washington e Tel Aviv.

Israel considera a programação nuclear iraniana uma ameaça existencial e, em junho, realizou uma ofensiva de 12 dias contra o país, com foco principalmente em suas instalações nucleares.

Bombardeiros B-2 dos EUA, capazes de atingir alvos subterrâneos, foram utilizados especialmente contra a usina de Fordo. Na época, Trump declarou que o programa nuclear iraniano tinha sido destruído, uma afirmação que foi contestada por Teerã, que admitiu apenas que os danos foram severos.

Contudo, não há avaliações independentes que confirmem a extensão da destruição, uma vez que o Irã interrompeu toda cooperação com a AIEA. No último sábado, o mediador tradicional do Irã, Omã, incentivou Washington e Teerã a retomarem as negociações para superar o impasse atual.

Este ano, ocorreram cinco rodadas de diálogos intermediados por Omã, sendo que apenas três dias antes da sexta tentativa, Israel deu início aos seus ataques. Para reforçar a pressão, as sanções da ONU contra o Irã foram reinstauradas em setembro, após o Reino Unido, Alemanha e França ativarem o mecanismo de 'retomada automática' devido à alegada não conformidade do país com o acordo nuclear de 2015, assinado com diversas potências globais.

Apesar de ter se comprometido a limitar seu programa, Teerã retomou o enriquecimento de urânio após os EUA deixarem o pacto em 2018, no primeiro mandato de Trump, levando a uma escalada nas tensões internacionais.