Na noite deste sábado (1º), o prefeito de Uruapan, no estado de Michoacán, Carlos Manzo, foi vítima de um disparo na área central da cidade, confirmaram fontes da segurança mexicana e do governador Alfredo Ramírez Bedolla.
O político participava de uma cerimônia com velas em homenagem ao Dia dos Mortos quando foi atingido por tiros. Durante o incidente, as autoridades reagiram ao confrontar o suspeito, que acabou morto em troca de tiros. Além disso, duas pessoas foram detidas sob suspeita de envolvimento no episódio, de acordo com informações do gabinete de segurança.
Ao cobrar detalhes das investigações, a imprensa busca identificar se os indivíduos presos possuem respaldo legal para suas detenções. Minutos antes do ataque, Manzo realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
No vídeo, ele desejou uma boa noite aos seguidores e afirmou estar à disposição deles, dizendo: “Bençãos a todos, esperamos que tenham uma noite agradável, estamos à sua disposição”.
O episódio ocorreu enquanto o prefeito participava de uma cerimônia de velas celebrada no contexto do Dia dos Mortos. O ataque foi considerado uma tentativa deliberada de assassinato, que resultou na morte do político. Autoridades também revelaram que o suspeito foi neutralizado após troca de tiros, e que duas outras pessoas ligadas ao caso foram presas.
A polícia afirmou estar avaliando a legalidade das detenções, enquanto busca esclarecer os motivos por trás do crime. O governador de Michoacán destacou que as investigações estão em andamento e que os órgãos de segurança estão empenhados em resolver o caso. “Todas as agências de segurança estão trabalhando na investigação imediata do ocorrido, e continuaremos atualizando a população”, declarou Ramirez Bedolla.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, expressou sua condenação pelo assassinato, classificando-o como um “ato vil” e anunciou que o Gabinete de Segurança foi acionado para assegurar que a justiça seja feita, prometendo que “não haverá impunidade”.
Ela ressaltou que o governo reforçou as estratégias de segurança desde o início de seu mandato e que esses trágicos acontecimentos reforçam a necessidade de intensificar essas ações. O Gabinete de Segurança também garantiu que a área do ataque está sob patrulhamento contínuo, em parceria com o governo estadual, prometendo que “este crime não ficará impune”. Ramírez Bedolla afirmou ainda que todas as instâncias de segurança iniciaram imediatamente as investigações.
O procurador-geral de Michoacán, Carlos Torres Piña, informou que no local foram apreendidos uma pistola e sete cartuchos de munição, e que nenhum documento de identificação foi encontrado com o suspeito morto. Além disso, um vereador ficou ferido na operação, porém seu estado de saúde é considerado estável.
O secretário de Segurança e Proteção Cidadã, Omar García Harfuch, revelou que a arma apreendida está relacionada a confrontos entre grupos rivais de criminosos na região. Ele também destacou que Manzo estava sob proteção policial desde dezembro, com reforço recebido em maio, após denúncias sobre a presença de organizações ilícitas na cidade de Uruapan.
A Guarda Nacional designou 14 agentes para garantir a segurança do prefeito, que vinha denunciando há tempos a atuação de facções criminosas no município. A tragédia ocorre em um momento de persistente violência na região, que desde dezembro de 2006 convive com uma crise decorrente da “guerra” contra o crime, iniciada pelo ex-presidente Felipe Calderón. Mesmo após mudanças de governo em níveis estadual e federal, a criminalidade continua a desafiar as autoridades locais.
Em 20 de outubro, a polícia de Michoacán encontrou o corpo do empresário Bernardo Bravo Manríquez, líder da produção de limão em Apatzingán, que havia denunciado extorsões dirigidas ao setor agrícola. Dados oficiais apontam que entre janeiro e setembro, a região registrou 1.024 homicídios dolosos, tornando Michoacán o sétimo estado com maior índice de criminalidade no México em 2025.
Em resposta ao assassinato de Manzo, o governo local expressou profunda tristeza, indignação e consternação, condenando o ato como uma ação covarde, cruel e altamente reprovável, que ameaça a segurança, a justiça, a paz e a vontade popular na cidade de Uruapan.