Anvisa anuncia proibição de substâncias químicas nocivas em produtos de unhas em gel para reduzir riscos à saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira (29/10) a proibição do uso de duas substâncias químicas em cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes, devido às suas possíveis implicações à saúde.

A iniciativa tem como objetivo reduzir o risco de câncer e problemas reprodutivos associados a esses compostos. Dentre as substâncias proibidas estão o TPO — oxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina — e o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina), também conhecido como dimetiltolilamina (DMTA). Ambos são utilizados em formulações de esmaltes em gel e unhas artificiais que requerem cura sob luz ultravioleta (UV) ou LED durante a aplicação.

Segundo análises internacionais, o DMPT é considerado potencialmente carcinogênico para seres humanos, enquanto o TPO apresenta riscos à fertilidade, podendo prejudicar a capacidade reprodutiva. A resolução da Anvisa visa não apenas proteger os consumidores finais, mas também os profissionais que manipulam esses produtos diariamente em salões de beleza.

Com a implementação da nova norma, o Brasil passa a seguir os padrões de segurança da União Europeia, que também vetou o uso dessas substâncias. Assim, produtos considerados inseguros em outros países não poderão mais ser comercializados no mercado brasileiro. A diretora da agência e responsável pela elaboração da medida, Daniela Marreco, destacou a característica preventiva da ação.

Ela enfatizou que, embora os riscos mais elevados estejam associados à exposição contínua de profissionais, o uso ocasional também pode representar uma ameaça à saúde. “Consumidores e profissionais estão sujeitos a efeitos adversos decorrentes do contato com esses componentes, reforçando a importância de ações que minimizem esses perigos, que podem ser evitados”, afirmou Marreco em comunicado oficial.

A medida determina a retirada imediata do mercado de produtos contendo TPO e DMPT. As empresas fabricantes e importadoras têm um prazo de 90 dias para cessar as vendas e recolher os estoques remanescentes, enquanto a produção e comercialização desses itens estão proibidas desde já.