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Acidente
31/10/2025 07:00:00

Nobel da Paz desqualifica Lula como potencial mediador na crise entre Caracas e Washington

Maria Corina Machado critica a falta de avanços do governo brasileiro na libertação de opositores venezuelanos exilados na Argentina

Nobel da Paz desqualifica Lula como potencial mediador na crise entre Caracas e Washington

A laureada com o Nobel da Paz, Maria Corina Machado, rejeitou categoricamente a hipótese de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possa atuar como mediador no atual impasse entre a Venezuela e os Estados Unidos.

Durante uma participação na Malásia, na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), o mandatário brasileiro manifestou disposição para buscar soluções que atendam aos interesses de ambas as nações, enquanto a tensão entre os países cresce.

Em entrevista ao podcast venezuelano "La Conversa", Machado destacou sua dúvida quanto à capacidade de Lula de conduzir negociações, citando que ele não conseguiu libertar os cinco opositores venezuelanos que estavam asilados desde março do ano passado na Embaixada da Argentina em Caracas.

A proteção àsilo foi garantida pelo Brasil. A ativista explicou que esses opositores solicitaram refúgio na embaixada argentina após serem alvo de mandados de prisão expedidos pelo Ministério Público alinhado ao governo de Nicolás Maduro, que alegou que eles planejavam ações de violência no país.

Machado criticou a ineficácia do governo brasileiro em solucionar a situação, afirmando: "Surpreende bastante essa proposta, pois após mais de um ano, com cinco refugiados na embaixada da Argentina sob tutela do Brasil, Lula ainda não conseguiu obter sequer cinco salvo-condutos.

" Ela acrescentou que a embaixada passou seis meses sem eletricidade, e que o governo brasileiro não conseguiu que Maduro entregasse os documentos originais solicitados por mais de quinze meses. "Não faço ideia do que Lula pensa que pode alcançar agora", disse. Desde o começo de setembro, os Estados Unidos têm realizado ataques aéreos contra embarcações suspeitas de ligação com o narcotráfico, causando mais de 60 mortes.

Recentemente, Washington autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações secretas na Venezuela, o que agravou ainda mais as tensões bilaterais. Até o momento, os EUA não realizaram ações terrestres no território venezuelano, mas o ex-presidente Donald Trump já sinalizou que tais operações podem ocorrer futuramente.

Na semana passada, em coletiva de imprensa, Trump afirmou que ações terrestres contra cartéis de drogas latino-americanos estão previstas para ocorrer "muito em breve", embora não tenha citado um país específico.