A condição conhecida como gordura no fígado, ou esteatose hepática, é silenciosa, porém passível de reversão. Ela se caracteriza pelo excesso de gordura acumulada nas células hepáticas, frequentemente relacionada a hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e aumento de peso.
Exames de rotina podem detectar a doença, e, segundo médicos, a mudança no estilo de vida é a principal estratégia para evitar que ela progrida para inflamação ou cirrose. O hepatologista Rodrigo Rêgo Barros destaca que, em muitas circunstâncias, ajustes simples na rotina podem fazer a doença regredir.
Um diagnóstico precoce é fundamental, pois a esteatose hepática é reversível. Manter uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e controlar o peso corporal favorecem a regeneração do fígado e a eliminação do excesso de gordura.
Entre as ações mais recomendadas estão evitar alimentos ultraprocessados, reduzir o consumo de açúcares e bebidas alcoólicas, além de privilegiar uma dieta rica em frutas, hortaliças, cereais integrais e proteínas magras.
Segundo Barros, uma perda de peso gradual — por volta de 7% a 10% do peso total — já traz melhorias nos indicadores hepáticos e na funcionalidade do órgão, sendo suficiente para um avanço na saúde hepática.
O especialista alerta que muitas pessoas só descobrem a doença por acaso e, muitas vezes, não dão a devida atenção às pequenas mudanças que poderiam evitar complicações mais sérias.
Algumas atitudes que contribuem para a reversão da gordura no fígado incluem:
A endocrinologista Priscila Mattar reforça que hábitos simples, como dormir bem e evitar o consumo frequente de álcool, podem fazer grande diferença no combate à gordura hepática.
Ela explica que noites mal dormidas e o uso constante de bebidas alcoólicas sobrecarregam o órgão, sendo importante compreender que a esteatose não é apenas um problema estético ou de peso, mas um sintoma de que o metabolismo está desregulado.
Além disso, o acompanhamento médico contínuo é vital para acompanhar a evolução da condição e detectar possíveis doenças relacionadas, como diabetes tipo 2, dislipidemia e síndrome metabólica.
Priscila destaca que mudanças temporárias na alimentação não são suficientes; é necessário adotar um estilo de vida equilibrado, com uma dieta nutritiva e prática regular de atividades físicas.
Felizmente, o fígado possui alta capacidade de regeneração. Com poucos semanas de hábitos saudáveis, é possível notar melhorias nos exames e no bem-estar geral.
A chave para o sucesso está na persistência: refeições equilibradas, hidratação adequada e atividade diária continuam sendo as melhores estratégias para cuidar do órgão e reverter a gordura no fígado.