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Acidente
28/10/2025 16:00:00

Nave da NASA se aproxima de cometa interestelar em evento raro que pode revelar segredos do universo

Missão Europa Clipper deverá passar pela cauda do cometa 3I/Atlas entre 30 de outubro e 6 de novembro, numa oportunidade única de análise espacial

Nave da NASA se aproxima de cometa interestelar em evento raro que pode revelar segredos do universo

Entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro, um fenômeno extraordinário pode ocorrer no Sistema Solar: a nave Europa Clipper, pertencente à NASA, terá a chance de interagir com partículas da cauda do cometa interestelar 3I/Atlas.

Essa é uma oportunidade única de explorar um objeto que se originou fora dos limites do nosso sistema. O cometa foi detectado inicialmente em 1º de julho pelo sistema ATLAS, localizado no Chile, que confirmou sua trajetória hiperbólica, indicando sua origem em uma região além do nosso Sistema Solar.

A NASA projeta que a aproximação máxima do cometa ao Sol ocorrerá por volta de 30 de outubro de 2025. Observações feitas pelo telescópio espacial James Webb e outros instrumentos indicaram que sua coma — uma nuvem de gases e poeira ao redor do núcleo — possui uma composição incomum, sendo dominada por dióxido de carbono, uma característica pouco comum em cometas conhecidos.

A Agência Espacial Europeia (ESA) também acompanha o objeto cuidadosamente, mobilizando recursos adicionais para sua análise. Um estudo conduzido por especialistas europeus, liderado por Samuel Grant do Instituto Meteorológico da Finlândia e Geraint Jones da ESA, indica que a Europa Clipper poderá atravessar a cauda iônica, que é uma corrente de partículas carregadas, alinhando-se entre o Sol, o cometa e a sonda.

Para prever essa interação, os pesquisadores utilizaram o programa de simulação “Talicatcher”, que modela o movimento das partículas sob a influência do vento solar.

Segundo as projeções, esse alinhamento deve acontecer entre 30 de outubro e 6 de novembro. Apesar do risco de impactos diretos na nave ser considerado mínimo, essa missão oferece uma oportunidade científica inestimável: coletar partículas originárias de um cometa interestelar, cuja composição é pouco conhecida.

“Temos poucas informações sobre o interior desses corpos e os sistemas estelares que os originaram.

Obter uma amostra da cauda representa uma das melhores chances de entender esse tipo de objeto de forma direta,” explicou um dos pesquisadores. A importância dessa pesquisa reside no fato de que cometas interestelares, como o 3I/Atlas, funcionam como cápsulas do tempo, contendo materiais que podem ter se formado em outras estrelas.

Analisar sua composição pode fornecer pistas valiosas sobre os processos de formação de sistemas planetários além do nosso.

A interação planejada da Europa Clipper com a cauda do cometa promete oferecer dados de partículas e plasma de uma maneira mais precisa do que os métodos tradicionais com telescópios terrestres ou orbitais, contribuindo significativamente para o entendimento do universo.