Imagens recentes mostraram unidades de helicópteros do Exército dos Estados Unidos cruzando o espaço aéreo do Caribe, nas proximidades da costa venezuelana. Essa presença militar é interpretada como um sinal de potencial escalada nas ações americanas na área.
Segundo reportagens do jornal The Washington Post, os Night Stalkers, uma força de elite do 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais, estavam realizando atividades de treinamento na região.
Esses helicópteros MH-60 Black Hawks, adaptados para missões de baixa visibilidade, participaram de exercícios que podem evoluir para operações contra traficantes de drogas na Venezuela e no mar, dependendo de uma autorização de Donald Trump. As aeronaves foram detectadas sobrevoando Trinidad e Tobago, a aproximadamente 145 quilômetros das costas venezuelanas, conforme análise de redes sociais e fontes militares.
Essa ação reforça os rumores de que os Estados Unidos estão preparando uma intervenção mais direta na crise política venezuelana. Os Night Stalkers são reconhecidos mundialmente por seu papel na operação que eliminou Osama Bin Laden em 2011, no Paquistão.
Sua capacidade de realizar intervenções sigilosas e precisas os torna uma força de destaque na estratégia militar americana. Especialistas do portal Global Defense News explicam que os helicópteros MH-60 Black Hawks utilizados nesta missão possuem modificações específicas para operar em ambientes de alta complexidade e baixa visibilidade, incluindo a capacidade de ingressar em territórios sem serem detectados.
A experiência adquirida na operação de Bin Laden demonstra a competência dessa unidade para atuar em regiões de alta sensibilidade política. No cenário político, o presidente Donald Trump declarou que os Estados Unidos estão oficialmente em conflito com cartéis de drogas considerados organizações terroristas pelo governo.
Ele também autorizou a CIA a conduzir ações secretas contra esses grupos na Venezuela, embora detalhes dessas operações permaneçam confidenciais. Na recente ofensiva contra o tráfico, o Exército dos EUA realizou ataques a dois barcos no Oceano Pacífico, resultando na morte de seis suspeitos.
Desde o início de setembro, ao menos nove navios foram alvo de operações militares americanas na região, sobretudo no Mar do Caribe, totalizando 38 vítimas até o momento. A frota militar enviada à América Latina inclui pelo menos seis navios de guerra, entre eles três destróieres equipados com mísseis Tomahawk e o sistema de defesa Aegis, considerados os mais avançados na Marinha norte-americana.
Esses navios, que podem transportar até 329 marinheiros cada, têm como missão principal transportar tropas e oferecer suporte em operações de combate. Em resposta às ações militares, o regime de Nicolás Maduro acusou os Estados Unidos de tentar promover uma mudança de governo na Venezuela, alegando que os ataques contra embarcações no Caribe e as operações da CIA fazem parte de uma estratégia de assalto aos recursos petrolíferos do país.
O governo venezuelano também apresentou uma denúncia ao Conselho de Segurança da ONU, contestando as ações dos EUA. Em contrapartida, Caracas mobilizou mais de cinco mil militares de defesa aérea, com sistemas russos, em posições estratégicas por todo o território, reforçando sua prontidão e resistência diante das operações americanas.
Nos últimos meses, Washington aumentou sua presença naval na região, com o envio de diversas embarcações de guerra ao Caribe e ao Pacífico, demonstrando força e disposição de agir contra organizações ilegais de tráfico de drogas e promover seus interesses estratégicos na América do Sul.