Com o crescimento do interesse por dispositivos de emagrecimento na forma de canetas, observa-se uma expansão do mercado negro e de vendas clandestinas via internet, alertando órgãos reguladores e especialistas em saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça a obrigatoriedade de apresentação de receita médica para a aquisição de medicamentos como a tirzepatida, substância que vem ganhando popularidade.
A tirzepatida, que no Brasil tem indicações para o tratamento de diabetes tipo 2 e, desde 20 de outubro, também para apneia do sono, é procurada principalmente por seus efeitos na redução do peso corporal. A jornalista Pollyanna Bernardes afirmou ter conseguido eliminar aproximadamente 12 quilos usando o medicamento, destacando que buscou orientação de um profissional de saúde antes de iniciar o tratamento.
O acompanhamento médico é considerado essencial no uso dessa medicação. A especialista em nutrição, Eliana Teixeira, explica que a perda de peso não monitorada pode dificultar a compreensão do que realmente está sendo eliminado do organismo. Ela destaca ainda que "a redução de peso refere-se à diminuição de gordura, não apenas ao peso total".
A crescente procura pelo produto e o aumento de anúncios ilegais na internet aumentam os perigos ligados à falsificação e às condições inadequadas de armazenamento. O farmacêutico Hairton Guimarães esclarece que a tirzepatida deve ser mantida entre 2°C e 8°C, para garantir sua eficácia. Segundo Guimarães, a exposição ao calor ou à luz pode não só comprometer a potência do medicamento, como também levar à contaminação, aumentando os riscos à saúde.
Ele alerta: "Qualquer produto de tirzepatida comprado de forma manipular ou por canais não autorizados é falso, ilegal e não possui registro na Anvisa.
" Em junho deste ano, a agência reguladora já havia estabelecido a obrigatoriedade de apresentação de receita médica na compra da tirzepatida. Contudo, a equipe do Jornal da Noite constatou que anúncios de venda ilegal do medicamento continuam frequentes nas redes sociais. O uso de medicamentos falsificados ou adquiridos sem supervisão médica pode causar uma série de problemas à saúde.
Eliana Teixeira detalha que os efeitos adversos podem variar desde náuseas, vômitos, diarreia e constipação até quadros mais graves, como pancreatite, tornando imprescindível a orientação de um profissional experiente.