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Polícia
23/10/2025 02:00:00

Autoridades desmantelam rede de lavagem de dinheiro vinculada ao PCC através de lojas de brinquedos

Operação realizada pelo MP, Polícia Civil e Secretaria da Fazenda apura esquema ilegal em shoppings paulistanos

Autoridades desmantelam rede de lavagem de dinheiro vinculada ao PCC através de lojas de brinquedos

Em uma ação coordenada realizada nesta quarta-feira (22), o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda deflagraram uma operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvendo lojas de brinquedos para crianças.

A operação, divulgada por uma nota oficial da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), concentra-se na desarticulação de uma organização criminosa que utilizava esses estabelecimentos para movimentar fundos ilícitos.

Ao todo, a iniciativa, denominada Operação Pelúcia, cumpre seis mandados de busca e apreensão em endereços situados na capital paulista, em Guarulhos e em Santo André. Dois desses mandados atingem lojas localizadas nos shoppings Center Norte e Mooca, enquanto outro se refere a uma loja no Shopping Internacional de Guarulhos, além de uma loja situada em um centro comercial do ABC Paulista. De acordo com as autoridades, esses centros comerciais não são o foco direto das investigações, assim como a rede de franquias às quais as lojas pertencem.

A justiça também ordenou o bloqueio e a apreensão de bens e valores que totalizam aproximadamente R$ 4,3 milhões. O MP revelou que as lojas foram abertas por indivíduos ligados a Claudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, suspeito de fornecer drogas e armas ao PCC. Django foi morto em janeiro de 2022 durante uma disputa interna na facção.

As apurações indicam que a ex-esposa de Django, bem como sua irmã, teriam participado da abertura de quatro lojas de brinquedos, embora não tenham uma ocupação formal legalmente declarada. O nome de Django já havia surgido em abril de 2024, na Operação Fim da Linha, quando foi citado como um dos principais cotistas da empresa UPBUS, organização usada pelo PCC para lavagem de dinheiro através do transporte coletivo.

A denominação “Operação Pelúcia” faz alusão ao setor de atuação do esquema, que é o comércio de brinquedos de pelúcia. As investigações reforçam a ligação entre as lojas e indivíduos ligados ao PCC, evidenciando uma estratégia de movimentação financeira ilícita utilizando estabelecimentos comerciais aparentemente legítimos, mas controlados por integrantes da facção criminosa.

Apesar do foco na lavagem de dinheiro, as autoridades esclarecem que os shoppings e a rede de franquias não são alvo da investigação direta no momento, embora as ações tenham atingido bens de grande valor e envolvido a apreensão de ativos financeiros de milhões de reais.